[da reunião de pesquisa de sábado]

※ “o pensamento” e “a emoção”
Geralmente, na maioria das vezes, fala-se o que pensou (o pensamento).
Antes porém, existe em primeiro lugar [a emoção] (o sentimento).
E muitas vezes fala (expõe) os pensamentos que justificam (tenta tornar justo) estas emoções.
[está gostoso porque esta gelado] [está ruim porque está morno]
No entanto [. . . porque está gelado] [. . . porque está morno], são pensamento que foram colocados depois.

※ as emoções interpessoais
Tanto em casos de elogiar como no caso de criticar as pessoas, em primeiro lugar exite o seu próprio sentimento (emoção).
O mais importante é esse sentimento(emoção), é uma questão seríssima.
E quando se diz a respeito de alguém? Plausivelmente justifica, bota razões, na fonte da sua própria emoção.
Do lado de quem ouve, também ouve, tentando receber, aceitar este seu pensamento.
Não está observando o seu próprio sentimento.
Nem a pessoa que está ouvindo não esta observando o sentimento desta pessoa.
Mais do que a fala ou o conteúdo do pensamento desta pessoa, como é a “emoção interpessoal” desta pessoa deste momento?
Se é com as crianças , mais do que a disciplina e as teorizações, os sentimentos(emoções) interpessoais dos pai é que vão ser projetados e implantados.
O “ethos social”, mesmo isso, são os sentimentos (emoções) interpessoais desta sociedade é que criam o “ar” (a característica) desse lugar.

Onde está o conflito?

Essa pergunta é muito legal!! porque não é nada óbvio, eu realmente não sei onde está o conflito. Vou aproveitar que aqui em casa tem bastante, pra tentar encontrar! haha

Esses dias estou achando o Pedro mais “atacado”, parece que ele está procurando briga. Ao pensar nessa pergunta (onde está o conflito), percebi que nunca tinha parado pra pensar no que está por trás disso, qual a motivação dele? Abriu uma janelinha… Ao invés de reagir à fala dele “Mari você fez isso errado”, pensar o que ele está querendo ao falar isso…

Quando vejo que ele pega no meu pé ou no do Rafa, liga em mim o sistema de alerta: vai dar briga! Ainda não está acontecendo nada de mais além dele se expressando, mas em mim já tem a expectativa do conflito e essa expectativa já é o início do conflito em mim.

Se é só ele com o Rafael, fico tensa, mas menos tensa do que quando é comigo.

Se é comigo, fico preocupada em não fazer nada errado, ou seja, pronta para me defender caso alguém me acuse de ter feito algo errado.

No momento em que me senti em conflito, pensei: estou fazendo algo errado? Não, estou só querendo saber o que eles pensam e querendo dizer o que eu penso. Assim, fica muito mais calmo dentro de mim.  

Ainda vou observar mais, mas por enquanto percebi que o conflito se instaura quando eu mesma acho que fiz algo errado e então quero me defender da acusação de fora, mas a acusação já está dentro, eu estou me acusando, estou em conflito comigo mesma.

Aguardarei próximas brigas o.O hehe  

Depois de escrever o que aconteceu…

Depois de escrever ontem sobre “querer receber uma mensagem de alguém”, eu refleti e pensei: o que eu quero é conexão, estar próximo da pessoa que por algum motivo se afastou. Depois disso, muitos sentimentos vieram à tona, fiquei na tristeza por um tempo, lidando com uma frustração e aí veio de novo a rejeição. Daí hoje eu acordei com outra percepção: consegui separar a rejeição da situação toda. Ver que tem rejeição em mim muito antes dessa situação acontecer.

Parece que enquanto tem esse estado de medo de ser rejeitada dentro de mim as relações são muito instáveis e inseguras. Ou eu ajo querendo não ser rejeitada, ou seja, querendo agradar, ou quando vem o sentimento de rejeição eu me protejo, me afasto e caio numa tristeza, me sinto vítima da situação ou até mesmo culpada pela situação. “Deve ter algo de errado comigo”, “acho que fiz algo de errado”, “acho que não sou legal o suficiente”.

Daí parei de me distrair com a situação e só observei que tem isso já dentro de mim. Tem esse medo de ser rejeitada já a espreita desde muito nova na minha vida.

E aí pensei na pessoa da mensagem, e pensei que deve ter algo que ela tá vivendo e que eu nem sei o que é, tem uma necessidade dela ali. E eu queria que ele me mandasse a mensagem para interromper o meu estado de rejeição, ou seja, saiu da minha vontade original de conexão, para uma vontade de não ser rejeitada…

Acho que esses ressentimentos não desaparecem de uma hora pra outra, mas ontem vi que é possível observar quando eles aparecem, identificar e até se permitir sentir, mas não culpar a mim ou o outro por isso, poder me mover por uma vontade real de conexão.

Hoje resolvi escrever

Acho que tem algo em mim que certos assuntos não são para tratar na roda de pesquisa. Se é sobre relacionamentos, sexo e coisas desse tipo eu não me sinto à vontade de colocar. Parece que tem algo que temos que fazer ali, que é a pesquisa, como se a pesquisa fosse algo fora de mim, algo genérico. E aí também penso nas pessoas que estão ali, o que elas querem? O que estamos buscando e queremos viver juntos? O que é que tenho definido como “pesquisa”? Pq tem coisas que são da vida e que me atravessam agora e é isso que tá vivo em mim, mas não posso colocar pq acho que vou me expor, ou colocar assuntos que não deveriam ser tratados ali. Tô desistindo dessas relações aqui?

Ontem no final da reunião eu consegui colocar um pouco que tava realmente sentindo. Me lembrei que no final do Conhecer a Sociedade eu coloquei também uma questão de um relacionamento que estava vivendo no texto final e aí depois pedi pro Alam pra retirar essa parte antes de postar. O que é isso que eu sinto que não pode ser dito e expresso?

Hoje refletindo sobre o que tava sentindo em relação a esse cara percebi o quanto vinham sentimentos negativos, “rejeição”, “frustração” e julgamentos ruins sobre mim e inventar suposições na cabeça e aí depois de sentir uma tristeza eu resolvi olhar pro que eu realmente queria e no final eu só queria receber uma mensagem dele. Lembrei da história que o Miguel contou sobre o Caetano querer a calça que está na máquina, e tudo bem querer ter a calça e essa vontade ser escutada, mesmo não podendo tê-la. Tudo bem aceitar que quero receber a mensagem, mas isso não quer dizer que vou ter a mensagem. Veio uma leveza, sair desse lugar do que eu quero, ter que acontecer, para só me ouvir e aceitar o que quero.

emoções negativas

se elas surgem automaticamente,
é possível eliminá-las?
parece difícil . . .

ok, mas posso olhar com carinho esse eu
de onde surgem estas negatividades:
como um avô olhando o neto . . .

ok, mas posso deixar de ficar segurando.
relaxando os músculos, abrindo a mão . . .

ok, vamo lá . . .

céu de minas