Sinto proximidade, confiança de falar alguma coisa e falo e penso depois, chi não gostei, foi mal, o que a pessoa vai pensar, vai se chocar, me deletar, coisa e tal.
Milton falou: – Não há mal nenhum em classificar pessoas assim ou assado. Desde que esteja claro que isso não é a realidade.
Porque ele não é assim ou assado. Eu é que penso isso.
Que fulano é assim ou assado.
Eu que pretendo que espero uma reação x y z e se acontece foi “profecia”. E atribuo ao outro um poder ou uma sabotagem.
Estava trabalhando na cozinha a noite e o Zé apagou sem querer a luz. Eu disse: Assim VOCÊ não me deixa trabalhar !
De onde vem essa puta acusação forte?!?
De mim. Claro.
Saquei logo. Quando ouvi eu mesma, me assustei. Principalmente porque saiu direto.
Atribuo ao outro um poder e uma sabotagem sobre mim e já caio matando.
Noutro momento…o companheiro empilha as louças secas para guardar. Eu olho e penso hum… mas não falo nada. Mas ele me lê e diz:
Você não escapa de dar palpite em tudo o que eu faço hein, d. Vivi
Eu vejo algo.
Não sei se você vê.
Sinto perigo.
Sinalizo. Como?
Achando que você é um burro e vai fazer cagada.?
Recriminando a sua ação.
Dando uma ordem.
Como poderia sinalizar o que vejo?
E alertar para o que prevejo?
Meus pedidos eu escuto como ordens e meus desejos não são explicitados claramente. Como nem eu entendo…como o outro vai entender?
As vezes sinto que não posso me levar a sério e porisso a confusão.
Percebo claramente agora, fazendo a pesquisa, quando é que busco uma compensação. Um baseado, uma pinguinha …
Quando não estou afinada com meu desejo no momento, quando não suporto a pressão ou um incomodo, quando quero zerar as caraminholas da cabeça.
Escrever é um jeito bom de me ver e sacar esses rodeios que me dis traem.
Assim paro de dar voltas e volto para mim.