Com ti, nu ando

foi como me senti na reunião da última sexta.
Conversamos sobre comparar, se sentir superior, inferior.
Revisitei lugares e sensações de me sentir inferior às outras mulheres da minha geração por ” ser profissional do lar “
Meu pai sonhou, dando educação às suas quatro filhas mulheres, um futuro de emancipação, autonomia, independência.
Estudei artes e depois que casei e tive três filhos desempenhei a arte doméstica na maior parte do tempo. Toda vez que eu me apresentava a alguém morria de vergonha por isso.
Falar disso foi um desnudamento.
Pensei: Ai, agora eles não vão mais gostar de mim. Eu passo imagem diferente. Ser dona de casa é careta. Eu não representava a minha geração, ouvi de uma coordenadora de uma escola em que trabalhei : Ser dona de casa é pras burras.
Eu me achava ” interessante, diferente, ousada ” em tantas coisas e isso não combinava com o meu papel social.
No entanto no fundo eu gostava. Inventava pintar, restaurar móveis, renovar objetos, cozinhar…dentro de casa, com total liberdade.
Mas eu desejei ser quem eu não era ou quem eu fantasiava ser.
Eu invejei as profissionais contemporâneas, me envergonhei do pouco importante que eu fui.
Fui a grande sabotadora da alegria de ser uma dona de casa feliz.

Receio

Senti um desconforto na relação com a pessoa que meteu o pau no Zé.
Esse desconforto causou um distanciamento.
Hoje, fomos convidados para visitá-la. Não curti o convite e o desejo do Zé, de ir. Mas…tem os netos dele, também sinto saudades…
Agora veio um aviso: uma das crianças está com sintomas…pode ser covid…alerta…esperem…
Pensei : ôba, não vamos.
Aí veio: noossa! Que egoísmo, falta de solidariedade…
AFFF tenho mais tempo prá curar minha ferida!?!
O fora que me define?
O meu dentro, projeto fora ?
O fora ganha mais espaço que o meu dentro?

Privado e público – pessoa de dentro e pessoa de fora

ontem logo depois do encontro eu entrei num papo com duas pessoas que estão morando aqui no M.u.d.a e elas entraram num assunto muito parecido ao do encontro. Houve uma treta há alguns dias atrás, na cozinha. Algo besta mas que me pareceu uma insegurança, uma “marcação de território”. Uma das pessoa chegou há pouco tempo porém ela já morou aqui e é filho do dono do espaço. Ele disse que sente o outro como alguem de fora. Que ele poderia ir embora. Parece que um por ser da família já tem seu lugar aqui garantido, enquanto o outro estava se esforçando muito para agradar e conquistar “um lugar”. Quando o outro ( o filho) chegou ficou inseguro, pq o lugar dele não está “garantido”.
Falamos também sobre o público e o privado, sobre como cuidamos mais do que está no privado e isso inclui quem consideramos próximo e familiar.
Por mais que se diga que aqui é um lugar para conviver com pessoas sem pré-requisitos, vejo que na prática, por mais que a gente ganhe intimidade com pessoas que conhecemos há pouco tempo, essa intimidade é momentânea e não traz uma segurança para a relação.
Essa sensação de que a qualquer momento essas pessoas que são “donas” do espaço podem decidir pela minha saída é bem estranha.
Depois dessa treta, ficou decidido que aqui seria um espaço apenas de retiros, que ao completar os 3 meses as pessoas teriam que ir embora. Antes isso estava em aberto.

Toda essa história me faz pensar que é difícil mesmo nos abrirmos para essas relações que ultrapassam graus de parentesco. Existe uma vontade de conviver com mais pessoas pra além da família, mas essa convivência já parece estar condicionada a certos limites.

já faz tempo que esse assunto me toca. Tenho passado por comunidades onde sempre a família é um território dentro da comunidade, é uma relação de público e privado. A comunidade é o público e a família é o privado. Estando uma pessoa solteira, sem filhos, a sensação é que estou sempre num lugar de maior insegurança do que as pessoa com parceiros e filhos. Acho que tô expondo todo incômodo que já surgiu em mim em outros momentos tb.

Pessoa de fora/de fora da família

Em um dos encontros de terça falamos sobre “pessoa de fora”. Hoje falamos sobre ser ou não ser da família. Tinha dito que me sentia pessoa de fora aqui em casa, porque moro com dois primos, mas não sou parente deles. Então, depois dessa reunião, falei pra eles desse meu sentimento de ser “de fora” e aí me perguntaram: qual a diferença? Respondi: vocês vão continuar primos independente do que aconteça.

Depois dessa conversa, achei que o Rafael ficou mais carinhoso comigo; mas, em relação ao Pedro, tenho sentido o contrário. Essa semana falei pra ele que eu era legal com ele, mas que ele não era legal comigo. Ele não deu muita bola e achei ruim, queria que ele tivesse se interessado. Depois disso ele não limpou o banheiro que a gente divide. Combinamos de revezar na limpeza, só que eu já tinha feito duas e queria que ele fizesse dessa vez, mas ele não fez e eu fiquei muito brava. Senti que ele me ignorou DE NOVO, como se fosse mais uma prova de que ele não se importa comigo.

Nessa onda de insatisfações e outras reflexões afins, falei com a minha irmã que queria morar com ela. Ela gostou da ideia e já marcou visita em um apartamento. Hoje usei o exemplo dessa minha irmã pra falar de “pessoa da família”, não só porque ela é minha irmã, mas porque sinto que não há barreiras entre nós.

Agora fiquei pensando que essa coisa de querer mudar de casa parece que estou querendo sair da casa que não sou familia, pra uma que eu seja familia. Será que é isso?

Check up 16

Hoje de manhã a Noesan falou: agora vou fazer 8 marmitas para a entrega. Eu pensei na hora: nao vai ter marmitas para a loja, que que o Yoshi ta pensando? reagi em relação a isso.

Logo depois vi ela mexendo em outras marmitas e ela disse que essas estava sendo alteradas para mandar para o pessoal da fazenda. Reagi de novo: Yoshi!!! Ai fiquei com vontade de conversar com ele.


Eu percebi que na hora estava reagindo e em um estado duro, mas pensei tanto faz essa reação quero conversar com ele.


Ao conversar com certeza ele vai perceber que eu to puto, mas tanto faz isso. Conversando com ele, ele disse que foi um problema no sistema que não foi possível ver a tempo a quantidade de pedidos e acabou dando erro.


Na hora que eu reagi percebi que minha maneira de captar a situação era de que ele não estava nem aí para a loja nem aí para o pessoal da fazenda. Olhando um pouco objetivamente é tão óbvio que esse não era o sentimento dele que achei interessante ao mesmo tempo que nao eh interessante essa visão desconfiada de ser humano.


Outra conversa


Hoje na reunião de como foi fazer da marmitaria o pessoal estava conversando sobre qual seria o tipo de mulher que o Kumaisan gosta, o clima tava muito leve e descontraído.

Fiquei pensando que em qualquer assunto, qualquer conversa que seja seria ótimo conseguir ter sempre um clima leve assim nas reuniões. 

Check up 15

Ontem fiz uma ligação com a minha Mãe e a conversa começou com quando você volta para o Brasil. Eu senti que ela estava tentando me convencer a voltar, tentando me forçar. Ela parecia em um estado de insatisfação/ataque.


Ateh hoje eu vim tentando com muita forca tranquilizar/satisfazer esse estado dela, mas dessa vez eu pensei tudo bem ela ficar encanada/insatisfeita. Acho que nao posso fazer mais do que tentar falar de maneira aberto o que estou sentindo e pensando.

Se a outra pessoa se sente mal, isso eh por algo que estou fazendo, logo sou uma pessoa ruim, será que isso eh verdade mesmo?


Conversando com ela meu estado não estava totalmente tranquilo. Acho que essas coisas que escrevo aqui são ainda uma compreensão teórica. Naquela hora ouvindo a conversa meu sentimento estava ruim, e isso eu estava pensando que era por culpa dela. Era uma sensação de que eu estava sendo prejudicado.


Ultimamente este tema está aparecendo para mim e foi interessante essa conversa com ela neste momento.

Outro assunto


A partir de hoje por volta das 10hs da manhã comecei a estudar japonês com a Nanako. Estava lendo o blog do Ikawasan e foi interessante porque exatamente a parte que eu nao entendi era a parte que me soou interessante do que estava escrito. Pensei que eh realmente importante colocar energia em aprender o japonês mais a fundo agora.


Sair do trabalho as 10hs foi bom por poder passar esse tempo mais tranquilo de manhã.

Ultimamente eu vou ao trabalho e depois a tarde inteira de conversas, uma reunião atrás da outra, estava me sentindo bastante atarefado.


Hoje foi a segunda vez que fui fazer exercício na piscina junto com o Yoshidasan. Dessa vez já consegui nadar o dobro da semana passada primeira vez que fui. Na ida ele me contou como foi para ele participar do curso do Zero e na volta ele estava falando sobre realizar uma sociedade em que cada vez se passa a gostar mais das pessoas.

Na volta paramos no Joy para a janta.

Por hoje eh isso. 

Check Up 14

Hoje, uma fora falei para a Kayo que estava cansado. Em seguida a Ritsukosan veio conversar comigo, aí eu falei aaa hoje tô cansado. A partir daí na minha cabeça eu virei hoje uma pessoa cansada.


Depois, meio veio de novo esse pensamento que estou cansado, mas eu pensei pera aí um pouco, agora como realmente estou. E percebi que meu estado agora estava diferente daquela hora que pensei que estava cansado.


É um estado de ficar fixando o eu, o meu sentimento.


Outro assunto


Eu falei para o Kenjo, a partir dessa semana vou voltar às 10 hs da manhã do trabalho. Daí ele perguntou o preparo das verduras vai ficar tudo bem, eu respondi que vamos saber ao ir fazendo.


Algum tempo depois dessa cena eu vi ele no preparo das verduras e na hora esse ele que eu vejo agora já se conecta com a cena anterior na minha mente. Já fico preocupado se não estou preocupando ele. 

De dentro prá fora mesmo

Gostei do armado x amado.
A suspeita nos deixa armados
A confiança nos deixa amados
Sinto e penso que numa relação de familiaridade os corações envolvidos estão livres e então o “trânsito” afetivo não fica congestionado com brecadas, buzinadas ou trombadas. Flui
E os sinais de trânsito vão sendo criados conjuntamente.

Com poucos amigos e menos ainda familiares, em algumas situações eu senti isso.
Com o atual parceiro flui bem embora tenha pintado desconfianças na minha cabeça, que já descrevi.
Minha mãe desconfiava das filhas.
A gente tirava dinheiro da gaveta onde ela o guardava.
Dinheiro foi um valor forte de posse na minha família de origem. Na família que construimos e criamos os filhos tinha valor de uso. Embora muitas neuras, advindas da escassez vivida como imigrantes, ainda pintavam.
Confiar nem desconfiar. Quando o Alam falou isso eu fiquei meio pasma. Depois eu comprendi.
Se entregar na relação. O trânsito livre.
Pesquisando como é. De mim prá fora. Seriam ações.
De fora prá dentro seriam as reações.
Besteira. Reações são TB de dentro prá fora.
Bora olhar dentro, dona Vivi.

Check Up 13

Hoje era folga do Okabesan, eu fiquei de fazer o preparo das verduras na marmitaria.


O trabalho em si não era difícil, tinha bastante gente fazendo, mas meu sentimento não era leve, não estava divertido.


Tinham pensamentos como: Precisa acabar até o meio dia meio; Se eu deixar trabalho para o Satoshi San fazer vai ser ruim.
O que será esse estado? Eu não sei direito.


Uma coisa que percebi que em relação ao Satoshisan estou em estado de cautela.


Ele não fala quase nada, então essa coisa de não ouvir ele, não saber como ele está, acho que faz trabalhar mais forte dentro de mim o meu estado de “fazer as coisas (me preocupar) de maneira que o sentimento das outras pessoas não fiquem ruim, que elas não reajam.”


Durante a reunião a Miyokosan falou: se preocupar (estado de cautela) com a pessoa e ter cuidado com a pessoa são coisas diferentes.


Na hora eu pensei pode crer, mas acho que na verdade eu não sei a diferença.


Outra história


Conversa de ZAP com o Nakai San


Diego: Nakaisan quero que vc venha pra reunião hoje.

Nakaisan: hoje é o dia que eu não vou.

Diego: pode crer. Vem aí


Ele aparece na reunião.


Foi daora essa conversa.


Mais um assunto


O estado em que as ações/palavras não estão de acordo com o estado real do coração


Não achou engraçado, mas ri


Está cansado, mas fala que tá de boas


Quer atenção/carinho, mas se faz de forte


Levando as coisas nas costas


Mostrando o eu maior do que é na verdade


Querendo mostrar que sabe fazer

Não é um estado franco/desarmado.


Acho que é um estado em que as ações/palavras não estão de acordo com o estado real do coração.

Acho que vai no sentido contrário do que realmente deseja.

Coerência

Pensando aqui:porque não gosto/ quero escrever no microblog?

não sei exatamente porque não tenho vontade de escrever aqui, tive inicialmente um problema com o acesso ao site. Depois fiquei pensando o que eu deveria escrever aqui. O que será que me faz pensar que eu devo escrever no microblog, será apenas as várias lembranças que o Alam nos reaviva? Será que tenho vontade de escrever aqui? Será que a forma que eu penso não está clara portanto fico com medo e vergonha de mostrar para as pessoas? Na verdade tenho muitas dúvidas do que penso sobre os temas estudados, cada hora penso uma coisa diferente e quando está particularmente na minha cabeça, parece tudo bem, posso mudar de ideia. Quando coloco para as pessoas, parece que tem que ser verdade e “aquilo” sou eu.

Muito estranho pensar assim, mas parece que a personificação de coisas caem diretamente formando o que eu sou e o que eu penso, podendo não ser mudadas, ou caso sejam mudadas, eu tenha que dar alguma explicação.

Olhando para dentro de mim, me forço a ter uma coerência, a saber das coisas, a saber o que eu quero e sinto. De onde será que vem isso? 

Ter coerência ou controle?

Pensando aqui qual é a forma ( o que) que me faz tomar minhas decisões no dia a dia.  E também pensando aqui, por que eu quero respostas e não posso só viver o meu dia com tranquilidade, pois ele é simples e tranquilo.