Prevenção de acidentes [07/09/2020]

Aquele dia o Félix cortou o dedo de novo na marmitaria e a gente conversou sobre assunto no encontro as one da academia, eu fiquei com isso na cabeça e hoje trabalhando eu pensei o seguinte e vou tentar escrever.


Ali no trabalho as facas estão afiadíssimas e qualquer um segundo de descuido é suficiente para cortar o dedo, acontecer um acidente.


Enquanto trabalha, dá vontade de olhar o relógio, as vezes vem alguém falar alguma coisa, às vezes a cabeça vai para algum pensamento, então, acho que para não acontecerem acidentes o problema não está em fazer concentrando no trabalho. 


Por mais que queira, estar constantemente plenamente concentrado eh impossivel.


Acho que precisa incorporar uma maneira de trabalho onde cada movimento do corpo está baseado em não acontecer acidentes.

Acho que nao eh exagerar tentar chegar a um ponto que mesmo que os olhos não vejam, os movimentos são seguros e precisos.


Ao aprender violão clássico, a premissa básica é que cada nota seja bonita, perfeita. Vai aprendendo a partir disso. Além disso, a postura do corpo, tocar sem precisar fazer forca, de maneira que mesmo tocando por muito tempo não fique cansado no final. Depois de estabelecer isso vai trabalhando devagarinho a velocidade e a técnica. 


Qualquer coisa eh assim, esporte, dirigir um carro.

No caso do trabalho, de maneira que não aconteça acidentes, que o corpo não canse, acho que se não trabalhar cada movimento do corpo visando isso, alguma hora vai acontecer um acidente.


Primeiro de tudo eh se estou realmente buscando uma maneira de trabalhar que não tem em absoluto nenhum acidente. 

PSE 4 – 9 [07/09/2020]

Ontem antes da janta eu li o blog da Naoe San e me deu uma reação de estar sendo atacado.


Eu fui comer no JOY e tinha alguma coisa dentro de mim que não se acalmava, até uma hora que conversei alguma coisa com a NaoeSan e pensei: aa essa relação está tudo bem, então fiquei tranquilo.


Eu pesquisei isso hoje na reunião de PSE.


Quando me perguntaram: naquela hora qual seu estado de coracao? a princípio não conseguia ver direito.


Ao ir conversando eu percebi que estava com um sentimento de insatisfação /um sentimento pesado em relação a Naoe San.


‘‘ela está fazendo essa relação ficar ruim.‘‘ Um pouco difícil de colocar o que estava se passando dentro de mim em palavras, mas era como se eu estivesse repreendendo ela, nao vou com a cara dela.


Ai eu vejo que eu não quero aceitar este Eu que está reagindo assim, naquela hora nao eh um sentimento divertido.

Estou reagindo em cima da minha própria reação.


Alguma hora o SakaiSan fala algo sobre que esse é um tema básico, aí eu começo achar que minha reação é ruim.


Depois em seguida me da uma reação de ficar puto com o SakaiSan.


Hoje o PSE foi uma repetição de reagir e perceber que estou reagindo.


Uma hora surgiu um pensamento como: como estou pesquisando sério vou ser bem visto pelo SakaiSan. Mas eu pensei: eu não quero esse pensamento.

Não quero uma sensação de segurança baseada neste tipo de pensamento.


Eu fiquei pensando se essa coisa de se preocupar com o que os outros pensam se não seria um estado de tentar por a culpa nos outros.


Depois veio uma pergunta:O que o meu estado de coracao esta colocando como o mais importante?


Afinal, qual será o sentido dessa pergunta?

PSE 4 – 8 [06/09/2020]

Ontem durante o encontro as one da academia eu perguntei para a Naoesan: você não vai com a minha cara?

As pessoas que estavam lá disseram: Diego por que você está perguntando isso? Se você está preocupado com isso nao eh seu tema?


Na hora nao entendi, nao achei nada de estranho na minha pergunta.


Ao voltar para casa fiquei me observando e percebi que estava em estado de defesa.

Naquela hora me surgiu um sentimento de ter sido encurralado na reunião. Sentimento de estar sendo alvo.


Eu fiz algo de errado? Capitei a cena como estar sendo criticado?


Bom tudo bem isso, mas o que serah que foi essa minha pergunta para a Naoe?

Falar sinceramente ainda nao entendi direito.


De alguma maneira tem um pensamento de algo como se ela nao vai com a minha cara eh por causa das minhas ações?


Eu estou agindo de maneira a que todos gostem de mim? Estou preocupado com o que  pensam sobre mim?


Hoje fiz a recepção do KoriyamaSan junto com o NakaiSan. Bem na hora que fui falar vi que o Nakaisan pegou o celular. Surgiram pensamentos como: será que to falando besteira? Será que o NakaiSan nao esta indo com a minha cara?


Ao lembrar do Salão e outras reuniões lembro que surgem pensamentos parecidos em relação ao SugieSan.


Serah que tem esse ponto de reação em mim?


Dessa vez no Naikan eu pensei que eu estou pensando que sou o centro do universo.


Durante a faculdade eu fiz um estágio na usina de cana de açúcar. O pessoal nao me dava atenção lá e eu pensei seriamente, essa empresa não vê as pessoas como pessoas. Trabalhavam lá mais ou menos 5 mil pessoas, será que eu estava pensando que o estagiário Diego era a pessoa mais importante?

30 anos sendo criado como filho único, isso deve ser forte dentro de mim…

Filosofada Pos Naikan [06/09/2020]

Serah que o estado de iluminação = estado de coração satisfeito?

É apenas uma conversa sobre minhas sensações, mas após sair do Naikan tem um sentimento de plenitude/satisfação muito grande.

Pode acontecer qualquer coisa.

As pessoas podem fazer qualquer coisa. Eu posso fazer qualquer coisa. Não preciso de nada em especial. Está tudo bem como esta. Um estado de satisfação.
Ao ir passando o tempo hoje fiquei observando como que este estado vai desaparecendo.

Em várias cenas do dia a dia vou reagindo da maneira que meu hábito de pensar já está formado dentro de mim. Em certo momento a cabeça já voltou a pensar um monte de coisas. 

Essa maneira de pensar é baseada praticamente em pensamentos como: vendo coisas que estão faltando/ coisas que não devem ser feitas/ coisas ruins/ criticando as ações e gestos das outras pessoas/ sempre com o olho para o que acontece fora do Eu.

Durante o Naikan acho que tem uma tentativa olhar objetivamente e conhecer a relação das pessoas através das perguntas: o que a pessoa fez por mim? o que fiz para a pessoa? quais problemas e preocupações eu causei.

Para isso se usa o Eu, mas ele não é o centro e também não é vítima.

Ou então quando não pesquisa a partir disso, tenta-se olhar como estava meu estado naquele momento, mas apenas olhar. Acho que por pensar que eh coisa do passado consegue se tomar uma distancia da situação e não surge tão forte uma vontade de mudar, querer resolver o sentimento, fica mais fácil apenas olhar como foi.

Agora penso as coisas não devem ser como são e fico com vontade de resolver isso/satisfazer isso, por isso acabo não conseguindo me satisfazer.
Se estiver tudo bem agora, se tiver uma maneira de pensar que consegue apenas olhar para o que está acontecendo, acho que há satisfação. 

Se isso acontecer pode aceitar tudo que acontece dentro de mim e em volta, será esse o estado que chamam de iluminação?

estar recebendo atos

Li o texto onde diz sobre “estar recebendo atos(ações)“.
À medida que fui examinando sobre isso, eu pensei: que tudo que está vivendo, estão todos recebendo atos(ações).
Até o chá sem graça, o “saquinho de chá” que eu penso assim, ele está aqui agora foi colhida um a um, foi secada, foi empacotado, na caixinha desenhado, recebeu atos(ações) de pessoas, quantas pessoas foram?
É como se o sabor do chá mudasse…

Pego a vassoura e faço a limpeza.
A pessoa que fez a vassoura, a pessoa que colocou o piso no chão, a pessoa que está fazendo obras do lado, a pessoa que trabalha na fazenda, a pessoa que está dirigindo na auto-estrada.
Não existe isto de “estou vivendo sozinha”.
Estou vivendo recebendo atos(ações), no meio de muitas pessoas.

Requerer da pessoa, responder, contribuir(servir). Não é da consciência, como é isso na realidade?

行為を受けているのところを読んだ。
 検討しているうちに、生きているすべてが行為を受けているんだな、と思った。
 つまらないお茶、と思っているティーバックも、一つ一つお茶を摘んで、乾燥させて、パックして、デザインされた箱に入ってて、どれだけの人の行為を受けて、今ここにあるのかな。
 お茶の味も変わるような。
 ほうきを手に取って、掃除する。
 ほうきを作ってくれた人、床にタイルを張ってくれた人、隣で工事している人、農場で働いてる人、高速道路に走る車に乗ってる人。
 一人で生きているということはない。
 いっぱいの人の中で、行為を受けて生きている。

人に求める、応える、資する。意識でない、実際にはどうなってるんかな

Dinheiro, segurança (?), espelho e criança

Conversando na reunião hoje, percebi que embora racionalmente eu entenda que o dinheiro não seja uma necessidade em si e que talvez não seja o que a minha essência realmente queira, ele entra como algo que preenche para mim uma parte de mim que queria muito segurança e uma certeza de uma sobrevivência digna, com conforto e paz. Só que acaba sendo algo muito ilusório porque o dinheiro é por definição algo que acaba, e fica meio estranho buscar um preenchimento dessa vontade de segurança com algo finito, e me parece que o medo da perda e da pressão por TER mais e mais vem dessa escolha de usar o dinheiro como essa estratégia de preenchimento.


Ao mesmo tempo, parece que o caminho passaria por abraçar a possibilidade de que essa segurança não exista, não seja possível, ao olhar a natureza vejo que as coisas estão em constantes mudanças, olho para mim e para as coisas à minha volta e VEJO e ACREDITO nelas paradas, mas já me convenceram que os átomos e micropartículas estão em constante movimento, então não seria a própria ideia de segurança atrelada a estabilidade uma ilusão?


O desenho da vaquinha e a reflexão proposta fazem muito sentido para mim e já há algum tempo venho tentando olhar para as coisas que me chamam a atenção em outras pessoas e invocam reações de raiva ou repulsa tentando virar esse espelho para mim mesmo e tentar ver o que essa raiva e repulsa talvez informem sobre mim mesmo, talvez uma parte de mim que eu esteja querendo não ver e excluir? Se eu faço parte da humanidade, e também as pessoas que agem de formas que para mim são repugnantes, será que eu não tenho dentro de mim as mesmas coisas que levam elas a essas ações?


Me entristece olhar para o trecho que fala da criança e da fofura daquele olhar mais “puro”, sinto um luto e uma tristeza por uma leveza e uma curiosidade que em algum ponto eu sinto que perdi (ou escondi bem fundo?) e estou tentando achar de volta e juntar essas pecinhas. E uma vontade de sim olhar com carinho, respeito e levar a sério as crianças à minha volta e principalmente essa criança dentro de mim que ficou esquecida e desprezada, por mim mesmo.

Impressoes Naikan

Dessa vez fazendo naikan teve dois grandes temas bem distintos, um primeiro que eh esse naikan do que as pessoas fizeram por mim, como retribui, quais os problemas que causei. Na segunda metade da semana fiz um naikan olhando para minha historia a partir dos pontos de vista de ter mentido para mim mesmo, ter escondido meus sentimentos de mim e dos outros, ter agido me preocupando com o que os outros pensariam.

Olhando para a relacao com a minha Mae, dessa vez consegui deixar mais de lado meu julgamento sobre as decisoes dela e colocar o foco no sentimento dela, de qual sentimento ela tomou cada acao. Por exemplo, quando penso que ela me colocou no estudo da igreja, como nao gosto da igreja, nao me vinha uma recordacao boa, mas tentando deixar o que penso de lado, olhando para o sentimento dela, posso sentir que ela fez isso pensando na minha felicidade. Quando comeco a conseguir olhar para tudo que recebi dela a partir deste ponto de vista comeca a ficar mais claro o amor e a preocupacao dela para comigo.

Quando eu tinha 10 anos de idade mais ou menos nos mudamos de Brasilia para o interior de Sao Paulo. Ela procurou uma escola para mim, escola de ingles, se associou a um clube onde tinha esporte, aulas de musica, grupo de dieta, chegou ateh a apresentar um filho do vizinho para ser meu amigo. Olhando agora, ela preparou totalmente um ambiente com tudo que ela achou que seria importante para eu crescer saudavel, feliz.

Mesmo quando olho os momentos que ela ficou com raiva, deu bronca, chourou, acho que talvez o lugar de origem destes sentimentos era o mesmo das acoes acima. Acho que dessa vez no naikan foi a primeira vez que consegui deixar um pouco de lado meus pensamentos de bom ou ruim, achar que eh obvio que deve ser feito, e consegui olhar um pouco para o que realmente a pessoa tentou fazer por mim, o sentimento como base das acoes.

Olhando a partir deste ponto de vista para as outras pessoas que me relacionei as vez mesmo que por um instante durante a vida, qual o sentimento que permeou essa minha relacao com a pessoa, por que ela fez isso por mim, por que eu fiz isso por ela?

Lembrei de pessoas como o motorista do onibus da escola de quando eu era pequenino, ele sempre sorrindo.

Uma vez que me perdi voltando da escola para casa entrei em uma loja onde a moca me deu agua e ligou para minha casa.

O porteiro/zelador da escola quando eu era adolescente, a maneira como ele cuidava das criancas.

A empregada da casa da minha tia, a maneira como ela cuidava da casa e de mim e do meu primo.

Quando olho por exemplo para a Silvia (empregada da casa da minha tia), olhando a maneira como ela cuidava da gente, como ela preparava a comida, dah para sentir o sentimento de carinho dela ao fazer as coisas. Ao imaginar ela fazendo as memas coisas na propria casa dela nao imagino muita diferenca na maneira dela fazer. Acho que naquela hora no momento de cada acao, nao tem muita relacao se eh trabalho, se eh familia, acho que naquela hora se manifesta a relacao de pessoa com o pessoa. O sentimento de pessoa para pessoa. A coisa mais essencial que parece existir em cada um.

A segunda parte do naikan foi olhando para mim historia a partir do tema das mentiras, se agi pensando no que os outros pensariam, as vezes que escondi meu sentimento.

Acho que quando eu tinha uns 12 anos meu primo me perguntou se eu ja tinha ficado com alguem, eu menti e falei 3 vezes ja. Eu lembro que durante e o colegial e ateh a faculdade foi uma coisa que sempre me preocupei em relacao aos amigos em volta. Achava que para ser aceito ou bem visto precisava estar ficando com as pessoas, e olhando agora o quanto me movi indo em festas, fazendo coisas que nao queria, tentando mostrar para os outros que eu estava fazendo como todo mundo, que eu era “normal“. Olhando agora para isso por mais que ouvisse coisas/ palavras das outras pessoas sobre esse assunto, o tamanho que isso tomou dentro de mim nao quer dizer que era o mesmo dentro das outras pessoas. A maneira que me preocupava com isso nao quer dizer que era a maneira com que as outras pessoas se preocupavam, que isso seria uma condicao para ser aceito, ter amigos, me divertir.

Acho que naquela hora poderia ter dito para ele, ainda nao fiquei com ninguem, mas tenho vontade, me ajuda? Poderia ter somente aberto o coracao como estava na hora.

Olhando para esse exemplo, coisas que tomo hoje no dia a dia sobre como as pessoas vao pensar sobre mim, sobre um Eu que precisa ser assim ou assado, tentando me proteger, mostrar algo que nao eh. Fico pensando o quanto serah que isso eh realmente importante para as pessoas que estou me preocupando, quando que isso tambem serah importante para mim daqui uns dias, meses, anos?

Acho que desde de pequeno tive uma certa dificuldade em mostrar meu sentimento, minha emocao, o que exatamente estou pensando naquela hora. Lembro uma vez que comecei uma escola tecnica e depois de umas duas semanas quis desistir. Naquela vez o que falei para minha Mae foi: se eu for nessa escola de manha a tarde vou estar cansado para a outra escola. Mas acho que o que realmente estava sentindo era uma dificuldade em me dar bem com os outros alunos de la, era um pessoal mais velho que eu, que ja trabalhava, nao conseguia me conectar ao mundo deles logo de cara e me sentia triste ao estar la. Por que serah que apenas nao falei como estava naquela hora?

Lembro de minha Mae falar uma vez para algumas pessoas: o Diego eh inteligente. Ou entao meu pai sempre falava: eu nunca entrei numa briga. Eu lembro que essas palavras entraram muito forte em mim e ao ouvir isso pensei que nao poderia brigar com as outras pessoas, ou que deveria sempre me esforcar para manter uma imagem de pessoa inteligente.

Acho que especialmente no caso dos meus pais e familia me preocupei muito com que pensam de mim, qual a imagem que tem sobre mim e tomei muitas acoes a partir disso.

Por exemplo no caso da igreja, desde pequeno eu nao queria ir. Eu acho que eu poderia ter feito como no caso do alcool que mesmo minha Mae nao gostando eu fui tomar escondido, por que no caso da igreja eu nao briguei e deixei de ir? Acho que era uma preocupacao em como seria visto pelos meus pais, como seria minha imagem perante eles. Talvez o alcool eu fiz por que achei que eles nao saberiam, nao iria interferir na minha maneira de ser visto.

Fazendo essa regressao em varias fazes da vida em varias cenas praticas, senti que foi ficando um pouco mais facil olhar para mim o que acontece agora da maneira como estah acontecendo. Aceitar o que esta acontecendo da maneira como eh. Acho que a partir de poder olhar o Eu como estah e tendo em vista como quero ser, qual tipo de relacao quero ter com as pessoas fica facil de ver o caminho a seguir.