Observar

1.transitivo direto e pronominal – fixar os olhos em (alguém, algo ou si mesmo); considerar(-se) com atenção; estudar(-se).”observava as crianças no jardim”
2.transitivo direto – fazer uma observação científica de.”dedicou a vida a o. o comportamento animal”

Olhando o retrovisor para o dia que passou, ir examinando [como eu reagi?, como eu vi?, como eu ouvi?, como seria se fosse uma pessoa saudável?] através de exemplos concretos de minhas reações . . . 

[como eu reagi? como eu vi? como eu ouvi?] esses são temas de observação estritos/exclusivos. Não é outro a não ser apenas para ir observando através das lembranças dos exemplos concretos, com o foco na observação.   

Ao exercitar as lembranças, as vezes começa enxergar “hum, estava reagindo dessa maneira”, ou “hum… eu enxerguei(captei) assim e por isso eu reagi desse jeito”… assim, pode ter a sensação de que algo foi organizado/resolvido internamente, uma sensação refrescante…   

Dessa forma, ao conseguir enxergar, pensar que  percebeu, ao “segurar/agarrar” o pensamento (respostas/conclusões) tais como “hum… então foi isso que aconteceu, aquilo significa isso…”, neste momento, observação fica paralisada. . . . significa que trouxe um pensamento sobre o seu exemplo do acontecido e fez um ordenamento, não é possível chamar isso de observação. . .        

A questão é que, ao tentar repetidamente observar dentro de si mesmo, “como eu reagi, como eu vi, como eu ouvi”, vai sendo cultivada a auto consciência de que isso está acontecendo dentro de si, a auto consciência de o que é que está acontecendo dentro de si. . .    é algo nessa direção, é um “tema de observação” nessa direção,  

É claro que, ao repetir a observação, pode ser que você consiga perceber a sua condição/situação interna de agora ou consiga perceber sua condição de insanidade. . . no entanto, penso que de maneira nenhuma, não é algo para ir organizando/resolvendo cada um dos exemplos ocorridos.

by Ikawa 2020.07.19

Encontro 18/08/2020

Como foi fazer ontem?

Depois que lemos o texto, não veio nada na minha cabeça para falar; mas ao ouvir algumas pessoas, muitas ideais foram pipocando. Ainda identifico em mim a vontade de teorizar, mesmo que provisoriamente (para depois repensar). E fico satisfeita quando acho que consegui expressar mais ou menos como pensei.

Senti bloqueio para ouvir o Diego. Algo do tipo “lá vem o expert”. Acho que é inveja por ele estar em Suzuka e estar fluente em japonês.

Depois da reunião, fui jantar e o Rafael quis conversar sobre quebrar o isolamento para jogar futebol. Esse é um tema delicado aqui em casa, porque já deu muitas brigas. Não queria conversar comprido, porque ainda queria fazer mais uma coisa antes de dormir e não dormir muito tarde. Estou participando de um grupo de meditação guiada e costumo fazer antes de dormir. Quando fui fazer, tive muito sono e fiquei irritada com o Rafael por ter “tomado” meu tempo.

O meu planejamento (que tá na cabeça) estava mais importante: minha expectativa de como deveria ser, mais importante do que o que está sendo. Me sinto segura realizando o meu planejamento. Mas no fim das contas, realizar a expectativa é sempre o melhor? Penso que a expectativa é o querer repetir o que foi bom, ou seja, buscar a permanência, evitar a mudança.

Na hora da meditação, coloco no celular para ouvir as instruções, mas não tenho fone que encaixa no celular. Então pensei que o Pedro ia ouvir os jargões da nova era e me zoar depois por ser mística. Fiquei querendo controlar isso, deixando o som bem baixinho. Estou gostando de fazer essa meditação… por que quero esconder? Tenho medo de rejeição. O Pedro não vai querer morar com alguém muito alternativo, então ele vai querer que eu me mude ou vai querer se mudar. E mais uma vez a questão da mudança e eu querendo evitar a mudança.

Reuniao Zoom – Como foi fazer

Ontem como nao teve o momento para compartilhar como foi fazer a reuniao pelo zoom fiquei com vontade de escrever aqui.​

Fiquei pensando naquelas cenas no dia a dia onde penso algo como “melhor deixar sem falar isso mesmo”, “aaa deixa queto essa idéia”, “se não fizer desta maneira a pessoa não vai gostar” acho que nessas vezes cabe aquela parte do texto que fala algo como “tem uma desistência da busca considerando tal relação humana impossível”.


Em cada caso, em cada cena, pensei que isso me serve como tema de auto observação:


Estou me movendo pelo meu coração original buscando uma verdadeira relação humana ou desistindo?

Relato “Curso Para Conhecer a Si ” – 2020.8.15

Meu coração está muito calmo agora e estou sorrindo.
É como se uma longa e longa batalha tivesse terminado, com o peso e a dureza nos ombros completamente removidos.

Ao longo desses 5 dias, pude perceber os enormes pensamentos meus que vim cultivando ao longo da minha vida. Esse foi um tempo em que as minhas perspectivas mudaram, eu fui conseguindo enxergar as minhas próprias perspectivas (a minha própria maneira de enxergar).

Na noite do 4º dia, tive a oportunidade ter uma conversa bem tranquila e consistente e de perto com meu amigo que estava compartilhando o curso.
Neste momento, o Ban me disse estava reagindo a mim ( a minhas colocações).

No início do curso, havia um tema de pesquisa sobre os “sentidos”.
Costumeiramente dizemos: “Essa água é quente”, mas, na verdade, a água em si não é nem quente nem fria, ela é apenas “a coisa em si”. O conteúdo da pesquisa era de que a sensação de “quente” que eu sentia foi colada na “coisa em si” e factualizamos como se “a coisa em si = quente“.

Neste período, eu estava vivendo com uma “consciência” de que deveria evitar em não tomar como se fossem iguais a “coisa em si ” e a “minha cognição (percepção, reconhecimento)”. Ele estava dizendo que também iria experimentar viver com a consciência de tentar sentir a “coisa em si” como ela é.

Conforme o curso avançava, eu estava reagindo aos movimentos corporais de meu companheiro na sua pesquisa.
Do meu ponto de vista, ele não parecia se concentrar nas suas percepções, ele priorizava os achismos, ele ficava balançando demais a cadeira que estava sentado.

E então, de repente, disse ao meu companheiro: “Companheiro Ban, que tal você sentir mais?”

Voltando à noite do quarto dia, Ban me contou que sentiu estranheza/mal estar com minhas palavras quando disse: “que tal você sentir mais?”. Ele disse que se sentia como se estivesse forçando meu pensamentos. Quando ouvi as palavras, tive uma reação. Parecia que ele pôs o dedo na minha ferida.

Haviam surgido emoções negativas em nós dois de ambas partes, mas decidimos aprofundar nossa pesquisa naquela noite, por que eles tivemos tais reações, o que será que estava acontecendo.
O fato de a reação estar aparecendo não significa que essa pessoa seja má, e porque haviam em ambos o entendimento de que havia o semente em cada um nas suas próprias percepções e pensamentos, assim pudemos conversar numa relação horizontal.
Foi a primeira vez que tive uma conversa assim.

Tomamos como indicativo as reações que apareceram, mergulhamos para explorar na escuridão da inconsciência

Então, comecei enxergar as seguintes coisas.
Eu estava acreditando que a “minha cognição”( a minha percepção) que tenho em relação ao Ban é o “Ban real”, algo assim em relação ao Ban [ um cara que não consegue perceber/sentir = Ban ]
Por trás disso estava minha certeza (o que é o correto): “Agora é hora de sentir”. E entendi que que eu estava transmitindo, tentando empurrar ( impor), dizendo a ele “Que tal, você deveria sentir isso, não ?”

Surgiu um questionamento em mim, porque será que tenho tanta certeza de que os meus pensamento são corretos?
Sem que ninguém tivesse pedido meus conselhos, me convenço(acredito) que os meu pensamentos são corretos e eu estava pensando: “É claro, é assim, tem que fazer assim”.

Passei a enxergar o meu próprio padrão que interpreta o mundo à minha própria maneira e transforma em algo absoluto, as ideias que dele surgem daí.
Por que existem esses padrões? 

O que havia era a “auto-confiança”.
Eu me percebi que há um forte senso de auto-confiança em meus pensamentos.

Mergulhei mais fundo. ‥
Por que será que tenho tanta auto confiança em seus pensamentos? ‥
Havia aí, algo que eu vim agarrando (segurando) há muito tempo.
Apareceu a verdadeira identidade do que fez com que me tornasse tão fixo, estreito e
O que tornou o mundo rígido, estreito e rigoroso.

Havia um pensamento de “quero ser um ser especial”, “uma pessoa em excelencia.
Entendi que havia dentro de mim, um sentimento muito forte de que eu “tenho que ser especial”.
Percebi que estava num estado de vigilância permanente, observando se eu era melhor do que outra pessoa.

Penso que estava coletando muitas evidências para provar que sou especial ao longo da minha vida. Acho que estava gastando bastante energia atuando num jogo de superioridade/inferioridade que eu mesmo criei. Também sinto que isso foi o responsável pela maioria dos princípios das minhas ações.

Eu estava me apegando/agarrado a esse “eu especial” e estava aumentando gradativamente o seu tamanho.
Isso era tão poderoso que isso era como se fosse o “eu a coisa em si”.
E era sensível e reagia fortemente qualquer coisa que o ameaçasse.

Mergulhando cada vez mais fundo.

Por que você estou pensando “tenho que ser especial”?
Aí havia instalado um forte desejo de querer agradar a minha mãe.

E por trás dele estava a memória de que minha mãe me criou sacrificando muito a sua própria vida.
Então, eu queria atender às expectativas de minha mãe e agradá-la.

No entanto, aqui vem a perspectiva de “qual é o fato e como ele realmente é”.
Eu queria corresponder às expectativas da minha mãe, que me criou sacrificando a sua vida, mas na realidade, essa memória era apenas uma cognição minha. Eu havia apreendido como uma expectativa dela, o sentimento puro de mãe.

Comecei enxergar vários mundos eu criei nas minhas profundezas.
Ao chegar nesse ponto, eu fico triste. Muito triste.

A questão do relacionamento com a minha mãe, vou levar como tarefa de casa para e penso em encarar frente a frente.

Com a postura de “como será na realidade? qual é o fato?”, comecei a me enxergar aos poucos a mim mesmo.
O mundo muda a cada momento e eu também continuo mudando. Nessas circunstâncias, agarrar/apegar a algumas idéias e valores parece não natural, como se estivesse tentando bloqueiar o fluxo natural do rio.

Porém, tenho o desejo de colocar o mundo em um certo sentido de valores e percepções, e buscar um produto completo/acabado de “querer compreender”. Mas também sinto que isso intimamente ligado com o sentimento de “quero ser algo especial”.

Quero viver livremente, sob a ótica de “como será a realidade, qual é o fato”, cuidando e dando importância a postura humilde de “não sei, não entendo”. Dessa forma, quero eliminar a nebulosidade que está inconsciente e olhar ao redor do mundo com lentes cristalinas e transparentes.

Foi muito bom conhecer um lugar tão maravilhoso. Obrigado.

by Soichi Miyahara

Naikan

10/07/2020

As imagens internas nos acompanham a vida toda, e muitas das minhas imagens internas são elaboração de acontecimentos. Pude perceber, no Niakan, quais são esses acontecimentos reais, localizando-os no espaço e na linha do tempo da minha vida.
No início desse ano eu fiz uma massagem, e o terapeuta localizou no meu corpo pontos onde a energia não fluía bem, e isso tem a ver com alguns acontecimentos da minha vida, coisas que ficaram marcadas”negativamente”, e a orientação dele foi que eu voltasse pra esse acontecimentos e lançasse bons conceitos, justamente porque eu não tinha “lançado” bons conceitos é eles ficaram marcados. Eu entendi abstratamente o que ele disse, mas não sabia como fazer isso. Durante o naikan, pelo simples fato de me por em relação as memórias fazendo as 3 perguntas, eu me peguei “lançando bons conceitos”.
Quando minha memória passava pelos fatos muita coisa aparecia, emoções, sentimentos bons e ruins, mas colocar o eu em relação a uma pessoa e localizar um espaço, um tempo e procurar ações concretas que ela fez por mim, me ajudou a reconhecer o que era do campo das emoções, o que era coisas que eu considerava concretas, mas que já era do campo do pensamento. O simples direcionamento que as perguntas dão me ajudou a trazer coisas boas e a reconhecer a minha própria história sem interpretações.
Percebi que emoções muito fortes, fossem elas positivas ou negativas, me atrapalhavam enxergar com clareza as ações de certos momentos. E que muitas vezes algo simples feito por alguém eu não considerava algo relevante, porque eu já estava cheia de interpretações sobre como as coisas devem funcionar e de como as pessoas devem agir, mas nesses dias de naikan eu senti gratidão por pequenas coisas, e reconheci o fato de nem sempre ter sido grata na mesma proporção das ações feitas por mim. Pequenas ações garantem a vida!!!
Fiquei com a sensação de que as coisas vão sempre acontecer e algumas imagens vão surgir na mente, e que é importante reconhecer e ordenar essas imagens, apenas. Apenas isso! O “eu” acontece em relação, e o “eu” do outro também, mas essas relações não são dadas… elas acontecem porque as pessoas alimentam essa relação, e olhar pra isso me fez perceber a beleza disso.
Examinar o eu me deixou muito concentrada, foram poucas as vezes que me distrai, e as vezes que me distraia era com pensamentos aleatórios sobre o futuro, ou porque me senti insegura com algo que pensei. Eu gostaria de manter esse estado de concentração pra sempre.
A segunda vez que examinei o “eu” em relação a minha mãe muitas memórias surgiram no período da infância, imagens que eu não tinha lembrado na primeira investigação, isso foi muito bom porque eu completei algumas lacunas da história da minha vida que antes era sensações amorfas.
Meu pai, meu tio, meu avô, minha avô, o Caio e minha mãe, essas são as pessoas que examinei nesse naikan, cada uma delas me trouxe temperamentos diferentes durante a investigação, a sensação que tenho é como se eu tivesse voltado pros acontecimentos que vivemos. Cada uma delas quando examinadas em relação ao eu me revelou conceitos e pressupostos a que eu estava tendo como reais.
Organizar a história da minha vida interna e me sentir segura para isso é o que ficou marcado da prática do Naikan.

Primeira participação no encontro de conversa da comunidade Encontro As One – [ 14/08/2020]

Foi a primeira vez que participei daquela reunião.
Fui participar sem saber o que eh para se fazer nessa reunião. Durante minha reunião (putimi) a dois com o Sakai San ele disse para eu ir lá e respirar o ar daquela reunião.
Quando eu vi a lista de membros olhando para o nome de algumas pessoas pensei que nao ia ser legal fazer com elas. Quando começou a reunião hoje o UshimaruSan disse que ao ver o nome dos participantes desanimou, ao ouvir isso eu compartilhei que também tive um sentimento parecido.
Depois de um tempo participando fiquei com sono e dormi. No final acordei e passei a participar de novo.
Até agora a maioria dos encontros que participo esta o pessoal da academia ou da marmitaria, dessa vez com outros participantes senti que o mundo ficou um pouco maior.
Dos participantes eu era o mais novo, em seguida a JunkoSan, que já está perto dos 60 anos. Esse foi um elemento novo também dessa vez.
Ao ir participando minha atenção foi automaticamente para olhar como estou ouvindo, como estou captando as conversas. Mesmo sem ter esse tema especificamente, achei interessante ir participando e minha atenção se voltar para isso.
Acho que tenho uma imagem sobre o que eh para se fazer nesses encontros. Eh para pesquisar algo. Eh para fazer conversas profundas. Mas hoje parece que foi uma conversa muito simples sobre o que cada pessoa pensa no dia a dia, sobre o que cada um leva sua atenção no dia a dia.
Quando tentamos colocar o conteúdo do ScienZ em palavras acho que acaba caindo em uma maneira de perceber o ScienZ como uma espécie difícil de filosofia. 
Mas acho que eh só sobre tentar conhecer o que está acontecendo na relação de pessoa com pessoa. 
Ao virarmos adultos vamos acumulando uma série de conhecimentos, vamos ficando em um estado de coração onde precisamos nos defender e acho que a partir daí a comunicação e as relações vão ficando difíceis. 
Apesar disso a essência parece ser algo simples que não muda desde antigamente. Pensei que o ScienZ nao eh sobre algo a adquirir conhecimento mas é reaprender a olhar as pessoas como seres humanos e ir a partir disso. 

a reação é visível – o que está por trás é invisível

em primeiro lugar,
– perceber a sua própria reação,
– identificar a reação.

geralmente o que se faz depois da reação é:
– fica olhando a reação
– fica pensando sobre a reação
– fica tentando apagar a reação.
– fica valorando a reação (positivo/negativo)
– fica julgando (bom/mau) a si que teve essa reação

  • entra no modo looping…
  • criando narrativa sobre o ocorrido para se acalmar…

  • no entanto, fazer a pergunta:
    – como eu ouvi?
    – como eu vi?
    – como eu captei?

O que serah que me move? – [09/08/2020]

Ontem ao acabar a montagem das marmitas eu saí uma vez da sala para lavar as mãos e depois voltei.


Ao olhar na mesa e ver várias comidas esperando para serem embaladas me deu uma preguiça e falei em voz alta, não estou afim de fazer nada.


Eu disse em seguida: como eu por mim mesmo nao tenho vontade de fazer nada, alguém fala para eu fazer alguma coisa.


A Reiko San falou com uma voz meio xoxa: faz os pacotes. Mesmo ouvindo não senti o sentimento dela para valer, meu sentimento não mudou e eu disse: ainda nao to afim de fazer nada.

Então a Eri San disse: empacota esse arroz aqui. Parecia que ela realmente quisesse que eu fizesse aquilo. Nessa hora me deu vontade de fazer.


O que serah que me move? 


Foi interessante observar a mudança do meu sentimento durante essa conversa.

08 08 2020 Vivificar todas as coisas

Hoje de manhã quando fui começar a fritar as coisas na marmitaria, o Kenji me falou: depois de fritar os croquetes, antes de cortar eles vai colocando eles em pé em uma forma.


Ao ouvir essas palavras dele eu senti o sentimento de importância que ele dah em relação a essa comida.


Percebi que de alguma maneira dentro de mim tem uma maneira de ver aqueles croquetes como: é um produto que vem congelado da china, uma coisa barata, não tem valor.


Eu pensei que acho que existe um estado de coração onde independente do próprio pensamento tem vontade de vivificar/valorizar todas as coisas que de verdade estão na frente dos olhos.