Check Up 4

Hoje de manhã cedo eu fui trabalhar com a ideia de que estava cheio de serviço.


Não estava me sentindo atarefado, acelerado, mas o coração tava fraco em relação as alterações que aconteciam no planejamento.


Quando a Jon In falou que não queria fechar as tampas da marmitas, reagi ficando duro, travado.


Quando o Isayama San fala que alface não está bonito, surge em mim um sentimento de resistência.


Estava sensível e apto a ter reações de resistência.


De manhã quando eu pensei que tinha bastante serviço eu não tinha me ligado que nessa hora eu já estava reagindo. Acho que a partir desse estado reativo as outras reações foram se somando.


Ficar duro, ter resistência, são perda de tempo e energia.


Como teria sido o dia de hoje se logo de manhã eu tivesse me dado conta desse meu estado?


Mais ou menos na hora do almoço quis surgir em mim uma reação dizendo que esse eu reativo não é bom. Logo em seguida lembrei que tinha essa reunião do check UP a tarde e na mesma hora já me senti leve. O que será que aconteceu?


Como será que vejo essa reunião? O que será que eu pensei que aceitei o eu como estava naquela hora?

Bruxaria

Hoje aconteceu algo interessante. Na aula de corpo de manhã, estávamos falando sobre hábitos. Quando vou escovar o dente isso é uma escolha, mas a forma como escovo os dentes é um hábito, faço de um certo modo sem perceber, e em geral esse modo exige um esforço pra corpo, mas como ficou automático já não se percebe mais o esforço. Daí falei: dentro de mim tem que se faço as coisas no hábito me torno mais eficiente.

ela me perguntou: o que vai acontecer se vc fizer na presença? Eu disse que eu ia fazer de uma forma que as pessoas não iam me aceitar, tipo uma bruxa.
Com essa reflexão eu fui pra cozinha preparar o almoço.

Decidi preparar o almoço na presença. Daí percebo que eu to me divertindo fazendo o almoço ao invés de ficar preocupada e tensa. Percebi que foi muito mais leve e não fiquei exausta depois.
a comida ficou maravilhosa e todos elogiaram e percebo que não fico empolgada com os elogios pq eu já estava muito satisfeita com a forma com tudo tinha acontecido.
foi algo novo pra mim. Estar presente, estar conectada com as pessoas que estão ali fazendo comigo, cuidando sem me preocupar se outro vai fazer direito ou não, mas podendo instruir também. Foi bem legal! Me senti uma cheff de cozinha!

Check UP 3

Hoje de manhã quando acabou o encontro com o pessoal do Brasil estava conversando com o Milton sobre como foi a reunião. Em algum momento ele diz: acho que você falou uma coisa importante. Nessa hora fico contente. Reajo ao pensar que estou fazendo a coisa de maneira certa.


Na reunião de como foi fazer na marmitaria ao ouvir a conversa e pensar que a reunião foi bem fico contente. Fiquei pensando qual será o conteúdo desse contente, será que foi um sentimento realmente puro? Fiquei com está questão.


De manhã era minha folga mas vou a marmitaria. Ao ver que tem bastante serviço para fazer fico com um sentimento meio que de culpa em relação a quem está trabalhando por eu não estar fazendo. Acho que tem momentos no trabalho que eu tomo ações a fim de que as pessoas não fiquem insatisfeitas.


Hoje durante o salão saiu uma conversa sobre que é normal sentir amor em várias situações. Acho que tenho amor pelas pessoas e coisas do trabalho. Mesmo nesse exemplo anterior será que essas reações são somente coisas impuras?

o que eu quero

Hoje na reunião percebi que eu quero que a Aninha e o Caetano tenham uma relação mais relaxada. (Desejo isso pra eles)

percebi que não quero me esconder das pessoas ao redor. (ter medo e vergonha)

quero ter uma relação mais relaxada com qualquer pessoa. (com segurança)

não quero me amarrar com ficções da minha própria cabeça. (tornar claro de onde vem essas ficções)

eu e os outros

amarração da minha própria cabeça

amada/armada

quem está armada
não sabe que já é amada
nem sabe que está armando

quem ataca
não sabe que já é acatada
nem sabe que está atacando

quem se protege
quem se defende
nem sabe

Check up 2

ex1
Chegou uma mensagem de Zap do Nakaisan para mim: a Satomisan quer que a partir dessa semana o marido dela descanse na quinta feira.

Ao ler a mensagem esbarra em alguma coisa dentro de mim, nao entra livremente. Na hora eu lembro da programação de quinta feira, penso que vai estar atarefado.


Outro dia a JonIn veio me contar que ela e o outro menino vão participar juntos do curso para olhar o si. Na hora aparece a escala de trabalho da semana na minha cabeça.


Ex2
Na sala de preparo das verduras vou tirar uma das facas da capa e corto levemente o dedo. Da uma reação de não querer ser descoberto nisso.

Entretanto na hora eu mostro meu dedo para o senhor que está junto na sala sem nenhuma resistência interna.

Durante a reunião hoje eu percebo na hora que nao queria ser descoberto pela JonIn, pela Naoesan. Não quero que elas pensem que eu sou igual o Felix.


Cortar o dedo = pessoa que não consegue fazer direito. Não quero ser visto como alguém que não consegue fazer direito. Parece que eh algo assim.


Ex3
O Takuya comentou a contar algo sobre ele nao estar comendo a noite no refeitório, ao ouvir pensei como será que estou vendo essa questão?


Logo antes de entrar na reunião de hoje eu fui até a Miesan e disse que ia ir comer a partir das 6:30. Mas olhando para meu estado aquela hora, era um estado que eu vou fazer como eu quero, sem muito interesse no sentimento das outras pessoas.


Fiquei pensando, qual será o sentimento da Miesan e das outras pessoas que estão preparando esse refeitório, acho que deve ter um sentimento sobre qual horário elas querem que as pessoas venham, como elas querem que usem esse espaço…

1a semana na comunidade

Hoje faz uma semana que cheguei no M.U.D.A. Aqui não é exatamente uma comunidade estabelecida. Tudo começou com uma família que decidiu receber mais pessoas para conviver durante a pandemia e daí as experiências estão acontecendo. A única função que tenho no momento, é cozinhar uma vez por semana para todos. Aqui tem gente vegana, carnívora, vegetariana, que não come glúten, enfim… não existe uma regra, não precisa cozinhar para agradar a todos. Mas existe uma vontade de cuidar.

Talvez esse seja o tema que me acompanhou nesse primeira semana sobre: cuidado e descuido

Percebi que dentro de mim tem uma coisa assim: “vão descuidar de mim”, as relações já começam com essa desconfiança. Por outro lado existe um “tenho que cuidar” que muitas vezes vira um descuido comigo e com o outro.

um dia eu fui a última a sair da cozinha e desliguei a chave da geladeira, no outro eu tb fui a última e deixei a janela aberta e choveu no fogão. Em outro momento uma senhora que operou o dente pediu para eu deixar uma bolsinha térmica no freezer e eu trouxe pra cozinha mas esqueci de colocar pra gelar…. foram vários momentos de descuido

Eu percebi claramente no meu coração que não queria ter descuidado, que foi uma falta de atenção. Então onde estava a minha atenção?! No dia-a-dia parece que estou mais preocupada em me protege, do que em cuidar. Não vejo as pessoas a minha volta, não vejo o ambiente a minha volta. Parece que o estado de vigilância não me permite olhar o que está acontecendo de verdade.

Encontro: Check up da Saude

Hoje comecei a participar de um encontro de pesquisa que se chama: check up da saude.

De hoje ateh dezembro teremos reunioes diarias de 1 uma hora para pesquisar o estado de saude do coracao.

Estou participando com o Takuya, uma japones que chegou a ficar 6 meses no brasil logo quando fui para o Yamaguishi em 2010. Esta tambem o Yosshi que faz parte do grupo da administracao da marmitaria comigo. Alem disso tem mais 3 participantes, formamos uma turma de 6 pessoas e 2 zeladores. A proposta eh escrever todos os dias no blog, hoje escrevi o texto abaixo.


Encontro do check up primeiro dia


Ontem estava conversando com a Hegunmi, quando ela disse: Diego amanha voce vai comecar a participar daquele encontro da saude com o Yoshi, aproveite bem essa oportunidade. Ao ouvir isso tive uma reacao de contradicao, pensando algo como: la vem a professora querer me ensinar.


Ao falar esse exemplo no encontro de hoje a MiyokoSan que eh uma das zeladoras me perguntou: a partir dai a conversa comecou? Entao eu disse que na verdade a conversa acabou ali.


Depois pensando que se eu tivesse dito o que pensei na hora para a Hegnumi, a conversa poderia ter comecado a partir dali e teria sido mais divertido.


Com relacao ao Yoshi, aquele outro dia ele mandou uma mensagem no grupo de Zap dizendo: por desgaste fisico nao quero mais fazer a limpeza da cozinha da marmitaria. Ao ler isso eu pensei: por que que esse mano nao fala direto que soh nao quer fazer a limpeza? foi uma reacao de repreensao em relacao a ele.


Ao eu contar esse exemplo  ele disse que ele mesmo nao tinha percebido que so nao queria fazer e a cabeca trabalhou automaticamente para arranjar motivos explicando para si mesmo por que nao queria fazer. 


Ao ouvir isso eu pensei que teria sido daora ter falado para ele o que pensei na hora que pensei, na hora que aconteceu.


Fiquei pensando o que tem de diferente essa reuniao do check up de hoje e a reuniao que estava com o Yosshi naquele dia?

Por que agora falo isso normalmente para ele e naquela hora nao consegui?


Acho que se eu sair falando tudo o que penso na hora que acontece vai ser bem mais divertido…

ver ouvir

O que é: “ver” ?
O que é: “ouvir” ?

É o reconhecimento (cognição) que acontece dentro de mim (minha cabeça), através dos estímulos que chegam à retina(luz) e ao tímpano(vibrações físicas do ar).

OK, tenho esse conhecimento.

No entanto, no dia a dia, parece que existe um circuito fortemente consolidado que liga(gruda) diretamente os dois eventos [ eu vi, eu ouvi = o fato é assim, não tem erro! ]

Não tem uma pílulazinha milagrosa que resolve de vez esse problema?