Noticias de Suzuka

Participo de um grupo de estudo do ScienZ aqui em Suzuka com os membros jovens da comunidade, cerca de 10 pessoas com idade entre 30 e 40 anos. Eh o pessoal que administra a fazenda, a casa das criancas e tambem o ScienZ School. Alem destes jovens participa o Sugie San que eh membro do institudo de pesquisa e quem escreve a maioria dos livros aqui, inclusive aquele da sociedade carinhosa que lemos nas reunioes do Brasil.

Acabamos de sair uma reuniao de uma semana concentrada desse grupo. desde domingo passado ateh hoje, todos os dias das 13hs ateh as 22hs da noite fizemos reunioes de pesquisa. Ontem foi um dia sem hora para acabar e a reuniao foi ateh hoje as 5 da madrugada.

Dessa vez conversamos muito pouco ou quase nada sobre nossas reacoes, sobre nosso estado atual. O tema foi como realizar a sociedade onde qualquer pessoas pode viver feliz, segura, em paz e abundancia. Como realmente realizar isso, como tirar isso do sonho e fazer acontecer.

Primeiro nos perguntamos o que sao essas coisas: felicidade, seguranca, etc. como desejamos que seja a relacao das pessoas. Depois comecamos a investigar qual o cerne da sociedade, o que eh necessario para que isso se manifeste. Como que seria a essencia do ser humano, o que isso tem de comum com os elementos do universo dos outros aninais, das outras civilizacoes.

Ateh hoje muitas pessoas desejaram e tentaram realizar esse mundo, mas por que isso ateh hoje nao aconteceu? o que pode ter dado de errado?

A objetivo da comunidade de Suzuka e das atividades aqui nao eh para as pessoas viverem melhor dentro desse circulo, mas apenas um experimento e teste para poder provar que isso pode se realizar em qualquer lugar do mundo com quaisquer pessoas. Entao diante do que a gente veio clareando dentro do que precisa para se realizar esse mundo, como que estah o estado atual aqui, como vem sendo feito, o que parece estar funcionando, o que ainda tem muito a melhorar.

Acho que esclareceu muitas coisas para mim e abriu novas perspectivas e olhares que ateh entao eu nao tinha. Realmente serah que nao eh possivel realizar esse mundo sem conflitos entre quaisquer pessoas? Serah que se levar isso a serio e nao eh possivel de realizar? Acho que quanto mais isso vier a ficar claro para mim acho que tendo a querer mergulhar mais e mais nisso, afinal o sonho esteve sempre vivo dentro de mim, talvez o que o deixe adormecido seja nao ver o caminho para a realizacao.

Como serah daqui para frente?

qual é minha vontade?

Eu pensava que “vontade” era a mesma coisa que “desejo”: vontade de comer, vontade de sair, vontade de ver tal pessoa, etc etc.. em resumo, vontade DE ALGO.

Agora estou achando que “vontade” não tem complemento/objeto. Estou achando que a vontade é algo como a nossa força vital, a energia que brota porque estamos vivos, mas que pode ser tapada por coisas como obrigações, isolamento, tristeza, culpa, e afins.

Quando me pergunto: qual é minha vontade?, pensava que ia encontrar alguma resposta do tipo: minha vontade é de fazer tal coisa. O foco estava nesse “tal coisa”.

Mas agora estou preferindo perguntar: o que está tapando minha vontade? Será que estou agindo por obrigação, medo, culpa…? Como se, descobrindo o que bloqueia, eu pudesse também des-cobrir a vontade.

a base

viver com a base no: [ fazer ] ? ou [ conhecer ]?

de
a) viver fazendo coisas, fazendo regras, fazendo casa, fazendo amor, fazendo amizade, fazendo harmonização, fazendo dança, fazendo aproximação, fazendo não violência, fazendo . . .

para
b) viver conhecendo a verdade, conhecendo o outro, conhecendo os princípios, conhecendo os fundamentos, conhecendo os fatos, conhecendo que não conhece, conhecendo a vida, conhecendo o amor, conhecendo a pessoa, conhecendo. . .

de
a) viver fazendo: superficial, aparência, segue o estabelecido, segue a regra, bom e ruim, hierarquia, segue o carismático, harmonização na aparência, tornar se “um” na aparência, ênfase na ambientação sonora/visual para a unificação e harmonização. . .

para
b) viver conhecendo: tenta aprofundar, examinar, pesquisar a partir do zero, viver como ser humano, interesse pelo original/essencial, coração original, a segurança original, a prática autônoma a partir da pessoa. . .

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Eu tenho esse blog há mais de um ano mas nunca tive paciência para superar a parte do login. Agora que consegui passar essa etapa, preciso ver a parte de ter algo para estudar. Legal que precisava colocar algo no título e me ocorreu colocar esse que tá ai, pq se a proposta era chegar no zero, sei que não estou nele. E diga-se de passagem, nem sei como chegar…

Eu mereço o que ?

minha nora me perguntou se eu queria ficar com um estrado de ferro de um futon que ela guardara num porão de uma amiga e teria que desocupar

eu entendi que era um tatame mofado, o tal estrado.

respondi que não me interessava e justifiquei

ela disse que eu não ia havia entendido bem a oferta.

Moral da história: eu percebo as coisas não como são mas como as minhas fixações as apresentam.

eu só mereço bagulho. ela quer se livrar, porisso me oferece.

na real ela só quer se desfazer de uma coisa e perguntou se eu quero ficar

Vitimização

Sonhei que estava numa escola de crianças pequenas e diante de uma parede muito grande de tijolos a vista que estava bamba. Eu cuidava para que as crianças não chegassem perto.

De repente surgiu um caminhão trazendo materiais , madeiras e coisas pesadas e ele bateu na parede e a derrubou. Como eu estava lá, me machuquei e fiquei gemendo sozinha. Ninguém me viu e ou me acudiu.

Eu fiquei com pena de mim e me disse: também, se vc sabia que a parede estava para ruir porque ficou ali?

o básico do básico

vamos pelo básico do básico
a prioridade número um:
inexistência absoluta do apego a si (complexos de superioridade-inferioridade, emoções de competição / emoções de ganha-perde / emoções de superior-inferior / emoções de confronto)

– como realizar isso?

sonho no aniversário

OBS: esse post não é sobre os temas de pesquisa, é só um relato do sonho dessa noite, para deixar no blog-diário-de-viagens o registro de um mergulho em águas abissais.   

Hoje é meu aniversário de 29 anos. Essa noite eu tive um sonho muito diferente dos que eu costumo ter. Eu nem era a protagonista do sonho, mas uma espécie de espectadora onisciente. Pode ser que eu estivesse identificada com o protagonista do sonho, que era um homem jovem, negro e malandro, do tipo que sabe se virar nas piores circunstâncias. E de fato, a circunstância no sonho era das mais terríveis. Por algum motivo, a população daquele bairro ficou sabendo que iria morrer. Não teria mais comida e todos iriam morrer, era só uma questão de tempo. Pessoas se reuniam para aguardar a sua hora, meio amontoadas, sem saber muito o que fazer. Alguns se organizaram em gangues e tentavam alguma agressão. Enquanto o protagonista usava os cabos de luz da rua para fugir de um grupo desses, um cara subiu na fiação e se soltou lá de cima. Ele não queria esperar pela morte. Aos que aguardavam, aconselhei que poupassem a energia não pensando muito, pois o cérebro consome muito açúcar. Uma garota me disse que sabia que estava bem, porque tinha feito um exame de sangue, então pensei que na verdade tinham roubado o sangue dela para a própria sobrevivência. Era o caos. Mas de alguma forma o protagonista foi seguindo e o cenário foi mudando. De uma favela apocalíptica, o bairro foi ficando mais com cara de classe média-baixa. Ruas mais largas e mais vazias, supermercados que pareciam galpões. A comida voltou. E voltou farta. Mas o protagonista continuou andando, reconhecendo esse novo território. Encontrou memórias da antiga escola da minha avó, uma espécie de museu recentemente habitado. Encontrou xícaras que supôs terem sido pintadas pelos alunos. Aquele espaço tinha um potencial ainda vivo, seria possível criar alguma coisa ali.

tenho que

tem traumas
tem sofrimentos
querer “resolver” os seus problemas
a pressão interna de “tenho que fazer, tenho que me curar, tenho que crescer”, tudo isso atrapalha.

melhor ir pelo caminho da “diversão”, “conforto”, “folga”, “relaxamento”, procurar uma posição de equilíbrio dentro de si.

querer conhecer a si, ter interesse genuíno sobre o seu próprio funcionamento, fazer isso com folga, divertidamente como se fossem brincadeiras.

perceber a pressão interna e dissolver

identificar e escapar do medo internalizado
não há outro jeito a não ser começar pelo “conforto adequado”

caso contrário,
a tensão só gera tensão

com outro nome

Não precisar convencer

Contei do novo vídeo da Academia Scienz e a Ju, que está aqui em casa, ficou interessada em assistir. Então vimos, eu ela e o Rafa o vídeo da Heungmi. Quando terminou, o youtube mostrou o vídeo do Diego. “Vamos ver esse também?” ela sugeriu. Então vimos esse também. Me diverti muito assistindo. Depois começamos a conversar sobre o que cada um achou. Me senti calma, sem ansiedade para ouvir que eles gostaram ou medo de ouvir que não gostaram. Foi tão estranha essa calma que quis até escrever aqui. A Ju fez perguntas, parecia curiosa. O Rafa ficou quieto, então perguntei o que ele achou. Senti resistência interna em ouvir críticas, mas percebi que não eram críticas, mas apenas as palavras do Rafa. Ao querer simplesmente conversar, sem convencer, apenas expressar o que estou pensando e ouvir o que eles estão pensando, é tão fácil. Não senti a necessidade de “cooptar membros para minha causa”. A “minha causa” é o desejo de realizar a sociedade com pessoas satisfeitas. Quando consigo conversar sem me defender, parece que já estou fazendo algo nesse sentido e me sinto tranquila assim.