escrever no blog

Na reunião dos estagiários estávamos falando sobre escrever no blog.
Desde que eu comecei a participar dos cursos da nova Escola Scienz no Brasil, na maioria das vezes, eu não conseguia escrever um relato das minhas impressões, e muitas vezes também não um relato sobre o dia.
Fiquei com inveja das pessoas que pareciam saber colocar no papel as ideias, os insights, os sentimentos, os pensamentos.
Quando tentava escrever geralmente ficava insatisfeita e acabei jogando os papéis no lixo.
Mas por outro lado fiquei também guardando anotações que eu tinha feito para mim, sobre o conteúdo em si e sobre alguns movimentos internos que eu não me senti a vontade de compartilhar, coisas como enroscos meus, sentimentos ruins em relação a outras pessoas, experiências que ficavam guardadas no memória e que eu nunca tinha conversado com ninguém, etc.. Pensando bem, me parece como eu tivesse criado um mundo paralelo, um mundo só meu que eu não ia compartilhar com outros, por vergonha dos meus sentimentos ruins e da minha falta de entendimento, por medo de ser mal-entendida e com isso medo de ser atacada.
Mas mesmo essa vontade de viver uma parte de mim em um mundo paralelo, não fui eu que criei isso querendo. Também é um reflexo de como eu captei o mundo ao meu redor. Sem saber o que estava acontecendo eu acabei me fechando. A sensação de não ter ninguém para conversar sobre tudo e qualquer coisa. Não é falando sobre as outras pessoas, é falando sobre como eu me senti: Tem coisas que não podem ser reveladas às outras pessoas.
Agora neste programa de estágio/treinamento do método ScienZ, eu percebo como eu me abro natural e levemente. Eu coloco as coisas nas reuniões, o que eu percebo, os momentos que eu observo alguma reação mais nítida, não penso em esconder ou embelezar algo, as coisas saem do jeito que eu as vivi naquela hora.
E na maioria dos dias sento no computador e escrevo sobre esses momentos, como foi, o que eu pensei e senti, como será que eu vi ou ouvi aquilo, etc.
Penso que é o clima social de abertura, de aceitação das coisas como elas são que me muda.
Eu quero pesquisar junto com os outros sobre como eu vi e ouvi, sobre como foi o fato, o real, sobre com que base saíram as reações. Com o objetivo de voltar ao estado original, de abertura, de flexibilidade, de curiosidade.
Fiquei lendo os poucos textos que eu já postei no blog da Escola ScienZ do Brasil. Agora eu percebo um ponto valioso desses textos. Escrevi um ou dois anos atrás coisas que eu achei que só agora estão ficando claro. Eu acho interessante agora fazer do blog um meio de me conhecer por poder sempre voltar ao passado, ver como eu via as coisas, e com essa retrospectiva começar a conhecer melhor o meu próprio pensamento.