Segunda rodada do Encontro Vipa, sobre conversa mútua, intimidade e desejo sincero

Para contextualizar, participei da primeira rodada de um encontro das pessoas que queriam organizar a Vila Paraíso. Depois disso participei do Curso para Olhar a Si, onde outras pessoas se encontraram para organizar a vida num paraíso 😛

Não escrevi nenhum relato sobre a primeira rodada, mas resumidamente senti que foram várias pessoas que passaram bastante tempo vivendo suas vidas, experiências e momentos, de alguma forma digerindo mentalmente e sozinhas. Nisso quando se apresenta um ambiente onde podemos olhar para todos os sentimentos (vontades, pensamentos e sensações), a gente ficou meio desesperado pra expor tudo, cru e numa tradução grosseira da experiência subjetiva em palavras. Nisso inclusive eu mesmo.

Senti que era um processo importante para eu mesmo conseguir olhar melhor para as coisas de dentro de mim. Precisava tirar essas bagunças. Coisas muito grandes e cheias de emoções que dificultavam ver qualquer coisa na verdade. Depois de lavar a roupa suja, coisas mais sutis começam a ficar mais fácil de enxergar. De repente a gente consegue olhar melhor para os próprios desejos, as vontades que me movem. Fica mais claro pra discernir o que é pensamento e o que é vontade, o desejo genuíno.

Para mim, o desejo genuíno é só a minha vontade, só que sinceramente, sem confundir “eu quero fazer isso para evitar consequências” com “eu quero fazer isso”. Nisso entra a conversa mútua, que parece ser uma troca de vontades, de desejos genuínos focadas nas pessoas, no eu e no outro. Mas realmente para conseguir ter uma conversa simples com o outro parece que precisamos passar por várias etapas na lavanderia mental.

Mas repentinamente, nesse processo de limpar a vista e perceber qual o desejo, a vontade, as ações práticas parecem se tornar mais eficientes, com um norte que está na vontade da pessoa e não no que há de ser conquistado.