Experiência de Estágio As One – 14° Dia (galinhas e estado de medo)

Hoje montei uma dar partes de madeira que compões o ninho com o Diego, abastecemos o tanque de sorgo que tem na oficina e por último alimentamos as galinhas. O que realmente me chamou as atenção hoje foram as galinhas do galpão 5.

Por uma miríade de fatores as galinhas do galpão 5 são mais reativas, assustadas, achei bem interessante esse estado de alerta que elas aparentem estar. Porque elas reconhecem que em torno das 14 horas vão receber ração (elas se juntam perto da porta do quarto), reconhecem as pessoas que vão dar ração (talvez não me reconheçam como indivíduo Gabriel, mas parece que entendem que humano às 14 hrs vai dar ração), e entendem que quando entro no quarto com o saco de ração eu vou botar ração nos cochos, mas mesmo assim parecem ter medo de mim.

Quero dizer a galinha sente fome, percebe/reconhece todas essas coisas que significam comida, percebe os eventos que significam uma coisa positiva (comer comida e ter menos fome), mas mesmo assim tem medo, não chegam perto de mim , como disse anteriormente quando chega perto das 14 horas elas já estão juntas perto da porta do quarto delas, mas assim que abro a porta e entro no quarto todas elas se dispersam, meio que fugindo de mim. Acho engraçado/curioso esse estado de alerta/medo das galinhas, ela percebe coisas que gosta, percebe que sou eu que vou dar a ração e mesmo assim tem reação de medo, parece não se sente segura ou não percebe segurança.

Enfim chega de falar de galinhas, as galinhas pra mim foram uma demonstração prática do que pode ser considerado um estado de alerta, insegurança ou medo. O que impede disso também acontecer com seres humanos né?
Um estado de coração do ser humano que não percebe as coisas que tem na realidade e foca apenas nas coisas que percebe na cabeça.

Me lembro que em 2019 teve um período no início do ano em que eu brigava muito com meu pai, chegou a acontecer de ter briga sete dias consecutivos. Me lembro de nessa época ter pensamentos como “Não tem como meu pai me entender, afinal passo a grande parte do meu dia fora de casa.”, e de fato eu saía de casa antes do meu pai acordar e voltava pra casa lá pelas 19 hrs e ia dormir as 23 mais ou menos.

Mas o lance é justamente esse, eu tinha esses pensamentos negativos de julgamento sobre a situação que me encontrava, mas durante o processo todo eu não percebi da segurança que meu pai me fornecia, do amor de pai que meu pai me fornecia ao seu modo. Todos os dias mesmo brigados meu pai fazia a janta pra nós dois, sempre cuidou de mim a minha vida toda, sempre me forneceu os bens materiais necessários. Mas nesse estado de conflito em que me encontrava eu prestava atenção apenas nos pensamentos gerados pela minha cabeça, não via o real em si, não percebia as ações que meu pai fazia por mim e esquecia das coisas que já fez por mim.

Tenho vontade de estar/ter um estado de coração mais calmo e relaxado, assim tendo foco nas coisas reais, nas minhas vontades reais e no meu pai em si, diferente de prestar atenção nas ficções da cabeça, nas vontades fictícias e no pai que criei na minha cabeça. Acho que se eu estivesse nesse estado de prestar atenção no real e nas coisas que tem (como segurança, pai que me ama, janta todo dia e etc.), eu não teria brigado tanto e tantas vezes com meu pai. Ter um estado de coração pra ter segurança de expor pro meu pai minhas vontades como ta e recebe/aceitar de coração as reações do meu pai.