Diálogos comigo mesmo

Geralmente não escrevo aqui, pois não vejo como as coisas que penso seriam interessantes ao outro, mas hoje sei lá, a minha vontade de expor meus pensamentos foi maior que esse pensamento. O cenário acontece comigo voltando da paulista às 22 hrs e algo pra minha casa, e depois eu fazendo atividades domésticas até o momento atual 24 hrs e algo.

´´Uau como deve ser doido essa sensação de trabalhar duro num projeto ao longo de anos, ver ele tomar forma do zero até o momento de sua apresentação, quero sentir isso. Bom mas não adianta pensar nisso agora, não vou fazer isso sozinho… Nossa que vontade de conversar, ser visto, ouvido agora. Nossa verdade to com vontade de encontrar o Bernardo, sempre que encontro ele vem sentimentos positivos, sinto que posso ser verdadeiro e afetuoso com ele sem julgamentos. Nossa parece que eu também o amo do jeito que ele é, ele tem liberdade de fazer o que quer, independente, o amo. Também amo Luisa a namorada dele. Pera…. Como que posso amar ela se eu mal conheço ela? Que estranho, quando digo que amo ela é um sentimento bem diferente do que quando digo que amo o Bernardo, Yara e minha mãe, mas também no fundo parece que é a mesma coisa, aceitação completa.“

´´Que estranho, parece que essa coisa que eu to chamando de amar e amor vai além da definição que eu havia dado a essas palavras, não se trata só de sentimentos afetivos como sinto com a Yara, minha mae, mas também trata disso. Essa coisa parece mais profunda do que eu inicialmente tinha pensado. Tem algo haver com acolhimento/aceitação incondicional. Só de existir eu amo, além do mais, como não amar a Luisa se ela ajuda alguém que eu amo a crescer como ser humano.“

´´Amei fazer vida humana e sinto que posso dizer que amo a Leticia e o Igor, mas sinto que os amo não por terem feito curso comigo, já eram amados, fazer curso comigo apenas trouxe a minha consciência que os amo, se os amo, como não amar seus filhos e pais? Se os amo como não amar os envolvidos nas suas criações como ser humano?“

´´Uau que doido parece que o meu entendimento do que entendo como amor está se expandindo, que contemplativo, gostoso e um pouco estranho isso, um mundo que amo/aceito/acolho incondicionalmente em sua totalidade. Esse amor que to observando/pensando me parece bem diferente do amor que sinto quando falo um eu te amo genuinamente para alguem, mas sinto que no fundo não muda muito, é tudo amor!“

Enquanto lavava louça começou a tocar uma música chamada Gatinha Comunita, imediatamente me lembrei de uma amiga, que namora, por qual tenho muito apreço, mas não mandei mensagem pra ela por medo dela achar que eu estava dando em cima dela, ou o namorado ficar defensivo em relação a mim. Enfim, muitos pensamentos e decidi que os riscos não compensavam chamá-la de gatinha comunista, uma parte minha ficou tristinho com essa decisão, não gostei de ter decidido não expressar o meu afeto. Fiquei tristinho de ter tido a expressão do meu amor pelo outro limitada por convenções sociais e “achismos” da minha cabeça. Sinto que quero expressar meus sentimentos, afetos e amores ao outro quando der vontade, do jeito que sai daqui de dentro, sem filtros e amarras que impedem sua expressão plena.