Essencia 17

Mesmo com a cabeca cheia de pensamentos complicados, quando se estah na situacao o sentimento se movimenta, surgem desejos vontades, e o Eu quer realizar algo.

Acho que o que da para fazer eh ir fazendo o que sabe agora enquanto tenta ir conhecendo o verdadeiro objetivo.

Sobre escrever no blog

Sempre me pedem pra eu escrever no blog. Sempre vejo o pessoal falando que escreveram no blog, que leram o blog. Sempre são muitas vezes né, acho que posso dizer que isso já aconteceu algumas vezes.
Mas eu nunca escrevi. Talvez a partir desse momento eu passe a escrever mais ou talvez esse seja realmente apenas um momento que será único.

Mas… pensando um pouquinho sobre escrever no blog tenho um sentimento um pouco vazio, acho que não consigo passar a emoção pra escrita, não quero estar “falando” pra um computador. Eu sei que tem gente ai do outro lado que vai ler (ou não) mas não estar vendo essas pessoas me desanima um pouco.

Em algum momento talvez isso faça sentido. Escrever.
Sempre tive uma certa dificuldade com os relatórios de fim de curso mas acho que me sinto mais amiga do papel e da caneta do que do teclado.

Tenho 25 anos e acho a tecnologia algo bem esquisitinho, as vezes ela me agrada e outras vezes nem tanto…as vezes elas nos aproxima (ou nos dá essa falsa impressão)…as vezes ela nos distancia..um dia eu talvez escreva sobre a tecnologia

Espero voltar aqui 🙂




Conhecer a vida humana. impressões

Fazer este curso, durante essa semana, mexeu muito comigo.

Agora a noite, depois do ultimo tema sobre a felicidade e depois de jantar, precisei vir para o quarto e deitar no escuro.

Senti que tanto minha barriga, como meu coração precisavam ficar quietos, precisavam de silêncio. Para começar a digerir, assimilar e nutrir.

Estava me sentindo estranho, primeiro pensei em tentar entender porque….mas depois pensei que tudo bem ficar estranho…. dormi e deixei assentar devagar no seu tempo.

Acordei e agora são 00:18. Bora escrever um pouco.

Está caindo uma chuvinha mansa agora. Eu estou bem confortável na cama. Os lençóis minha mãe me emprestou para trazer pro curso. Ela também está me ajudando recebendo a Aninha e o Cae na casa dela essa semana. Dona Marilza é foda!

É engraçado tbm pensar que algumas semanas atrás este quarto que agora me abriga da chuva era blocos de tijolos, tinta dentro de latas, madeiras, fios de metal…antes disso era areia, árvores, metais dentro da terra, petróleo, matéria orgânica de seres vivos.

E que muitas pessoas estiveram, de fato, envolvidas nesse processo, fazendo uma infinidade de ações.

Estou agora digerindo tudo isso, pois estou recendo tudo isso. Estou vivendo dessa riqueza toda. De fato é com todas essas coisas e das ações dessas pessoas que estou a todo momento sendo nutrido.

isso bateu muito forte.

Usar a inteligência para ver o que existe de fato e tbm para conhecer que existe um trajeto em que tudo chega até mim.

Usar a inteligência para examinar o coração que dá base para a própria inteligência.

Usar a inteligência para reconhecer as ficções as quais acabei ficando preso ao longo da vida e que atrapalham de mais conhecer/lembrar o estado original.

Observando bem minha face interna, o meu coração verdadeiro, percebo que não se trata dos meus pensamentos, sensações, sentimentos. É algo mais profundo, além disso, passando um tempo observando isso noto que o que tem lá está querendo ficar tranquilo, de boa, sossegado, em paz.

isso bateu forte.

bateu forte tbm ver que na base do estado do coração está o ambiente humano que nutre esse coração. O estado do coração da sociedade humana.

Na pesquisa do “um” bateu forte olhar “um só coração”.

Assim como a água, o ar, a matéria….não estão separadas essas coisas, mas fluindo initerruptamente. O coração tbm. Enquanto conversamos, ouvimos, convivemos, nosso coração tbm está em fluxo de troca e transformação. Bateu forte isso. Parece muito real isso.

Por fim queria falar sobre a felicidade.

Não sei dizer se felicidade é o estado de satisfação, segurança e paz somados, ou se cada um já é a própria felicidade. Mas de qualquer forma trata-se do estado “normal”. Não é algo que está lá bem longe, que exige esforço pra alcançar, a recompensa dos bravos buscadores, mas algo simples e fácil. presente a todo momento.

O que rola é que vamos ficando entuchados de ficções desde muito cedo em nossa vida e essas ideias vão apertando nosso coração, nublando nossos pensamentos, sentimentos e assim vamos nos esquecendo como era o estado natural.

Talvez o movimento seja de tirar coisas e esvaziar ao invés de procurar, buscar e obter.

Ideias como “tem que”, “não pode isso”, “deveria ser assim”, “falta isso”, “vai faltar”… são os ladrões de nutrientes do coração. O ralo por onde escoa tudo que estamos recebendo a todo momento…enfim são só ideias que podemos nos livrar.

A “falta” não é algo realmente existe. né?

Não existe o que não tem.

Só existe o que tem.

E se vivemos é pq tem.

Tem muito vindo das pessoas, vindo da natureza que estamos recebendo.

Esta vida quer viver livre.

Crescer sem barreiras inventadas.

Movimento da própria vida.

Em contato com o real.

E perto das pessoas.

encontro as one

No dia a dia, a tendência é o interesse se voltar facilmente para as palavras e ações da pessoa ou pelas coisas ao redor, no entanto, em primeiro lugar, é direcionar os ouvidos para o lado interno de si, “como eu captei tudo isso, o que pensei sobre isso”.

1. Ao invés de ficar no, o que fazer com os pensamentos sobre os problemas da atualidade, em primeiro lugar, como desejo que seja? Colocar o foco no como está a verdadeira intenção (o coração original), e vamos esclarecendo.

2. E assim, se não está se tornando assim, vendo o que está acontecendo, e descobrir a causa, por que será?

3. Então, provavelmente vai ficando claro que é possível realizar ajustando à verdadeira intenção (coração original), “isso parece que é possível fazer, aquilo também é possível”, mesmo a partir de pequenas coisas.

antes de mais nada: realizar o encontro
prioridade: realizar entre nós
結束 – união

Relato / curso / Conhecer a vida humana / janeiro 2021

A disposição para fazer o curso brotou das reuniões semanais do Zoom quando em novembro de 2020 foi anunciado que Ono viria da Suíça para o Brasil para dar o curso.
Seguiam em reforma o salão de eventos, a construção da ala dos quartos individuais, a adequação do refeitório para acomodar com o devido cuidado e cumprir o protocolo de distanciamento das pessoas

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Eu me inscrevi mas desconfiada pensei: ” isso não vai rolar… tá tão perto…tanta reforma para acabar num prazo tão curto… tem o covid…as pessoas tem medo…EU TENHO MEDO
Felizmente, surpreendentemente, tudo ficou pronto e lindo e o curso começou como previsto, dia 10 de janeiro. A hora combinada de chegada era 13h.
Minha ansiedade atrapalhou. Errei o caminho (meu conhecido de n vezes), me atrasei, me tencionei mas cheguei.


Ono apresentou o programa do curso, fizemos leituras sobre o método Scienz e foi lançada a questão : – Como vamos conhecer a vida humana?
Vamos começar pelas nossas !
Cada participante terá 30 minutos cronometrados para relatar a sua vida.
O primeiro a falar foi o Romeu que descreveu a sua vida de uma forma tão objetiva, em ordem cronológica, contando a sua origem, formação, trabalho, sentimentos, etc. Parecia que estava se vendo “de fora”. Admirei. Em seguida eu apresentei a minha vida.
Meu relato foi emocional, enfatizando o sofrimento, a falta, os aspectos negativos que influenciaram a minha vida. Os demais falaram, contaram. Sem julgamentos nem avaliações. Falando e ouvindo os fatos. Foi emocionante.
Vidas humanas tanto diversas quanto similares.


Na sequência pesquisamos o que é conhecer a vida humana, o que é a vida. O que é viver.
Elencamos várias coisas que recebemos do ambiente como a comida, o abrigo, as roupas, a atenção, tantas coisas que nos chegam e nem nos damos conta. Despertou em mim a gratidão. E continuamos refletindo:
– No percurso da minha vida hoje, porque estou aqui?
Eu estou aqui porque desejei fazer esse curso, estar com as pessoas dessa escola, seguindo esse método.
Explorando o tema, nas falas de todos, vieram tantas facilidades, tantos fatores concorreram para eu estar aqui. Por exemplo a estrada, o veículo utilizado, o condutor do veiculo, os valores que recebi da família, a influência de fatores mesmo os negativos que me orientaram para a escolha desse caminho… Recebi muito. Tive muitas oportunidades. Vivemos recebendo ações das pessoas, usamos coisas feitas por pessoas.
Assim analiso os meus pensamentos. Acredito que sou o que eu penso. Tomo como meu eu real, meus pensamentos, sentimentos, emoções…
Pesquisando… O que sou eu? Eu penso que sou o que penso. E me defino assim. E defino os outros também !?! Será assim?
Tenho consciência dos pensamentos, desejos, emoções, sentimentos meus…? De alguns. Outros estão inconscientes. Este conjunto é formado pelo que recebo do exterior, meio ambiente, que elaboro dentro de mim e então que posso expressar por meio de palavras e ações. Então o que eu tomo por meu, vem do que recebo de fora, do ambiente que consciente e inconscientemente formam meu eu que expresso por palavras e por ações.
Quando tenho consciência disso, sei que não posso conhecer alguém, eu ou outro, só pelas palavras e ações. Onde vive essa pessoa ? Como é o ambiente dela? O que entrou nessa caixinha “eu real” para formar tais ou quais pensamentos, para
atuar assim ou assado…?!?


Para estarmos vivos nos alimentamos de muitas coisas.
Coisas boas ? Coisas ruins ?
O que nos chega do mundo exterior simplesmente nos chega. A coisa em si não nos chega com rótulo de qualidade bom, ruim, bem, mal. Esses conceitos são formados na nossa cabeça, influenciados pelos conceitos e preconceitos advindos das palavras, dos mandatos, das regras daqueles que nos “educaram” que por sua vez receberam de seus pais e assim a história se cria e é passada. Meus avós imigrantes, vieram para o Brasil com uma malinha com poucos pertences e uma grande vontade de trabalhar para ganhar dinheiro e acumular riqueza. Essa era a sensação de segurança que eles tinham e assim passaram para mim, seus valores, suas crenças, seus medos, com o desejo de me poupar, de fazer a minha felicidade. Examinando isso entendo algumas das minhas fixações:
Eu não valho nada ; nunca ganhei dinheiro.
Lazer jamais. Só fazer, fazer, fazer.
Prazer é pecado.
Não confie em ninguém. Desconfie até da sua sombra.
Tudo isso entrou em mim. Não existe nem culpado nem algoz. Existe uma realidade e pensamentos moldados a partir dessa realidade.
Se foco nessas coisas fico vivendo meus conflitos. Colocando energia neles, eles crescem e eu fico amarrada a esses mandatos, a esses conflitos. Se foco nas pessoas dos meus avós, pessoas que tem coração, que “intencionaram” viver de forma harmoniosa, estou focando no desejo original do ser humano, de querer viver relações de bem querer, de amor como seres humanos que são.
Na base do meu coração estão sentimentos de harmonia, de calor humano, de união, de cuidado. Na base do coração deles também. Focalizando a vida, gero mais vida Focalizando a falta, gero mais falta.
A força da vida opera em todas as suas manifestações. Na manifestação vida humana, além de todos os elementos presentes nas outras formas de vida, ( nutrientes, ar, água, luz, etc.) estão aqueles que estão na base do nosso coração como carinho, cuidado, atenção.
Fatores necessários para a formação do ser consciente, que se manifesta como pessoa saudável, satisfeita e feliz.
Viver é um fluxo continuo. Uma força que move o ser para realizar a sua existência. É um sistema de retroalimentação interdependente do meio.
Viver é receber coisas e atos das pessoas e agir pela vida mesma. Dar e receber. Posso me mover pela falta, quando em vez de ver tudo o que recebo, vejo o que falta. Vendo o que falta, reforço aquele meu velho pensamento de miséria que formei com as influências dos avós imigrantes. Então fico presa aí e reforço o padrão da falta. Desvio a força da vida para a miséria e me aprisiono aí. Impedindo meu crescimento.
A vida é. Existe e flui mesmo que eu me tranque no quartinho da falta e restrinja meu movimento.


Para onde olhar? Para a falta ou para a abundância?
Ao olhar para a abundância, observo e penso nas relações e condições naturais da vida. O ar, a água, a matéria dos objetos, o ser humano são vida.
Vida como uma só força que existe pelas próprias condições que organiza, dispõe e fomenta.
Dessa forma, todos somos UM
Como ser humano sentiria a satisfação de viver, tendo tudo o que preciso para viver. Mas ainda vacilo. Entendo mas ainda não me transformei. Existe um equilíbrio que independe da minha vontade, de meus medos, de minhas fixações. Quero ter a consciência e sentir na minha carne que somos UM na vida. Quando penso que a vida é uma com a inteligência, para conhecer o EU no UM, me conforto e posso reconhecer a abundância e perceber que a minha miséria não é real. E só uma construção de um pensamento limitante, alimentado pela insegurança, pelo medo. Se foi construído pode ser desconstruído.
Quero viver na abundância do coração original. E posso.
Essa imersão na proposta desse curso me mostrou isso. Muito agradeço por essa abertura. Por essa possibilidade. Desejo gritar por aí : Somos Um. Multiplicar por aí isso tudo.

Essência 16

De alguma maneira tem algumas ideias dentro de mim, qual tipo de pessoa queria ser, qual estado de ser queria estar.


Mas quando essa conversa vai para qual tipo de relação gostaria de ter com as outras pessoas, sinto minha capacidade de imaginação muito fraca. 


Ontem no final do final surgiu um assunto sobre as coisas se tornarem minhas coisas. Sobre o trabalho, a coisa das outras pessoas se tornarem algo como se fossem minhas mesmas.


Achei interessante seu olhar ir para isso, quero ouvir mais essa conversa.