Hoje conversei com a Miliane, uma funcionária daqui e mãe de um antigo amigo meu da Vila Paraíso, durante a conversa ela me disse que Renan, seu filho, já esta morando sozinho, terminou o técnico e tá pensando em fazer uma facul pública em alguma engenharia acho.
Ao ouvir essas coisas eu automaticamente comparei a minha vida à vida do Renan, e é sobre esse tema que a nossa reunião da tarde que tenho com Diego e Alam circundou e é isso que tenho vontade de relatar aqui agora.
Como disse antes eu comparei a minha vida a do Renan, inevitavelmente eu me senti mal e senti que “estou atrasado na vida”, afinal ainda estou sendo sustentado pelo meu pai, já estou em faculdade pública e não moro mais com meu pai, mas essas coisas ocorrem graças ao meu pai que me banca. O que me incomodou era justamente isso, ainda estar sendo sustentado elo meu pai, mas percebo que no fundo não é exatamente isso que me incomoda, já tenho bem claro pra mim que eu gosto de não trabalhar e poder focar somente na facul, que por sinal é integral.
Conversando na roda fui percebendo algumas diversas coisas, coisas como talvez a raiz do incômodo seja um senso de cobrança desenvolvido ao longo da vida, que tem como base a noção de fazer meus pais orgulhosos, algo como se não for de acordo com esse senso eles não vão ser orgulhosos.
Outras coisas que surgiram desse tema é a história de figura do ser humano, que ainda não sei o que é exatamente. Mas sobre quem quero ser de verdade, pessoas que nos inspiramos e temos como norteadores de nossas ações, as vezes conscientes e as vezes não, mas o lance é que quem nos inspiramos pode nos fornecer dicas de quem realmente queiramos ser. Pessoalmente ainda não sei quem me inspira ou se tem alguém nessa posição dentro da minha cabeça.
Ainda nesse tópico o que posso dizer que ocorre aqui dentro é que parece que quem quero ser muda de acordo com o ambiente que me encontro, se estou no treino de capoeira eu quero ser um grande capoeirista, se estou na faculdade eu quero ser o estudante perfeito…
Mas percebo que a vontade de querer ser grande capoera pode ter vontade de ser isso, mas também rola um querer receber atenção e elogios do professor de capoeira, ser motivo de orgulho.
Ao longo da conversa Diego disse que parece meio primal/natural nos inspirarmos em alguém, tipo filho pequeno olhando pro pai, e Alam tb disse que tem impressão de que essa coisa de buscar atenção nas diferentes coisas da vida parece ser reação de querer suprir uma falta que teve. Ambas as coisas ditas fizeram sentido pra mim.