que encontro legal! fui atravessada por muitas coisas e as coloco aqui do jeito que tô conseguindo organizar agora:
Palavras, ouvidas ou lidas, criam imagens na mente. Palavras só podem dar uma ideia, e uma ideia não é a experiência. Somos o poder de perceber e agir por trás e além dessas imagens, palavras são flechas que apontam pra coisas. Palavras não são as coisas. Palavras descrevem ou distorcem, mas sempre apontam para o interior das coisas. É preciso olhar, não a flecha, mas esse interior que ela aponta. Seguir o trajeto da flecha para ver onde ela nos leva.
Observar a si mesmo ao mesmo tempo que se vive Vigiar-se e ser espontâneo, é possível? Me lembrei da natureza da luz, que qdo observada de um lado se comporta como partículas, se observada de outro se comporta como ondas. Não seria assim qdo tento me “vigiar” para evitar dizer certas coisas? Coisas que acho que podem afetar o outro? Mas é possível afetar o outro com palavras? Ou é o outro que se afeta por si só? Mediar o próprio eu, controlando as palavras, controlando o que é dito, não seria uma maneira de embelezar? De interromper o fluxo interno do que quer sair? Quer falar… e falar…. mas tá preparado para ouvir?
Por que não consigo falar?
1- Pq tenho expectativas e projeções em relação as pessoas;
2- Pq sou insegura comigo mesma, e tb pq não tenho clareza da minha verdadeira intenção;
3- Pq espero ser compreendia sem precisar expressar minhas necessidades.
são muitas camadas.
mas nem tudo que é dito é falado.
forma e conteúdo. eu tento manipular a forma pra mascarar o conteúdo? é por isso que é mais fácil atacar o jeito que o outro fala? assim evito ter contato com o conteúdo que é dito, atacando a forma como é dita?
o importante é deixar vir, do jeito que vier, e se tiver que vir… que venha. ou não venha. no mundo encontrará uma linguagem…
e se não encontra, se cria linguagem!
acho que foi assim que com 11 anos fui parar no teatro. forma de dizer o que não se sabe dizer, mas que precisa ser expresso. existir e falar tem uma relação intima, ao que parece. mas não se fala só com palavras, Aléxia!
existir tb é se expressar no mundo do jeito que dá. existe uma necessidade de expressão aqui dentro. às vezes quer sair como palavras. às vezes quer sair como dança. outras vezes quer sair como poesia… silêncio.
expressões do ser que buscam linguagens para existir! forma é tb conteúdo.
algo pulsa tão forte aqui dentro que quer sair, quer ir na direção do outro, quer amar o outro, quer tocar o corpo do outro e ser tocado, no mais íntimo contato que a carne permite. o desejo erótico fala de algo que pulsa forte e só sabe ser dito assim, sem ninguém entender bem sua lógica. mesmo longe o desejo existe. o que sei é que esse algo é tão forte que não à toa é daí tb que a vida surge, o método pelo qual nascem os filhos e a espécie continua…
e a gente vai dando nome pra isso. ora solidão, ora já é namoro, noivado, ora casamento… família.
vamos rotulando, e depois fica difícil mesmo dizer se sou solteiro ou divorciado, e se isso vai gerar, ou não, estranheza no outro que me ouve tentando dizer o que não sei bem expressar.
ai ai, de ser em ser, de família em família, com os amigos (como esse encontro de hj a tarde) a gente vai seguindo a vida olhando junto pras coisas, é mais legal. dá paz no coração. não precisamos seguir sozinhos.
se não se expressa a sensação é que não tá existindo!
formas de manifestar o imanifesto…
… do corpo.
… do pensamento.
…. do seres!
seres atravessados por tantas coisas, tantas imagens, tantas ideias, tantos desejos…