“Aqui é assim…” – o que tem efeito sobre como eu ajo, como eu me sinto….

Curso para auscultar a pessoa – parte 2

Sobre “pensamentos obsessivos-compulsivos” (“tem que”)

*Peguei o aviso: “Por favor, os participantes não entrar na cozinha”. No último dia do curso, estava com uma casca de laranja na mão e sem pensar muito andei em direção ao balde de reciclagem que eu esperava ter no fundo da cozinha. Mas logo que eu passei pela linha imaginária onde começa a “cozinha”, eu senti um tipo de choque, um susto: “Estou fazendo algo errado! Aqui é proibida de entrar, não pode entrar. Será que tem alguém me vendo aqui?” O que está acontecendo comigo, como funciona isso? Eu recebi algum tipo de informação de fora, no caso chegam sons no meu ouvido que eu interpreto como “Não entrar na cozinha”, primeiro entendendo a língua portuguesa. Dentro de mim já existe uma memória de sentidos de palavras portuguesas. Se fosse por exemplo “Ga de keuken niet binnen”, eu não teria como decifrar a informação. Fica bem evidente que quem dá o sentido à palavra sou eu, isso acontece dentro de mim, na base de coisas que se acumularam dentro de mim, no caso o “dicionário”. Mas não é assim que eu “sinto”. Parece que está vindo “algo de fora”. Essa é a sensação, não tem como não a ter, mas tendo feito a pesquisa de como “se forma o mundo dentro do qual eu sinto viver”, eu posso “conheçer” a minha real condição: Eu vejo – e penso, eu ouço – e penso. Parece que esse mecanismo não é possível “experienciar no próprio corpo”, só é possível “conhecer” pelo entendimento de como funcionam as coisas? Lembrando do exemplo de como experienciamos o nascer do sol. A sensação nítida e clara é que o sol se levanta diante dos meus olhos e que eu estou parada, olhando para esse levantar. Mas na real eu estou em cima do planeta Terra que se movimenta com uma velocidade muito grande, ao redor de si, ao redor do sol, dentro de um Universo que se movimenta também…Tudo isso é imperceptível para mim e eu só consigo enxergar uma manifestação desses processos que seria o que eu percebo como “levantar” do sol.

……É o básico do básico. Parece que tudo parte daí. Se eu vivo uma vida de vítima, de dependência, de falta, se eu vivo uma vida pobre ou rica. “O coração do ser humano é algo simples, sincero, não afetado, natural, genuíno, sem complicações, reto e direto….” Eu gosto de imaginar esse coração. Eu quero voltar a esse estado original do meu coração. E ver todas as pessoas assim…

Essência 10

A relação pessoa com pessoa parece ser simples: apenas as trocas de sentimentos como solicitar/pedir e atender/corresponder.

Quando além disso surgem sentimentos ruins em relação a outra pessoa, ou revolta, parece que tem algo de anormal no meio dessa relação. Visão de trabalho, visão de sociedade, visão de pessoa.


Os tipos de reações que surgem nas pessoas acho que são resultado de que base em que está sentada essas relações.


Qual tipo de relações que quero ter?