Estou na Suíça agora junto com Ono. Eu faço a tradução dos cursos para ele. Terminamos um curso para olhar a si e um curso para auscultar a pessoa. Amanhã vem um outra turma para um curso para auscultar a pessoa, e no dia 30 mais um turma para o curso para conhecer a vida humana. Está sendo incrivelmente rico e divertido 😉
Eu estou fazendo paralelamente a minha pesquisa… Me chamou muita atenção novamente os exemplos das pessoas quando elas percebem que nas reações enxergam o outro como “ele me fez sentir raiva” ou “eu fiz ele se sentir mal”. Na real isso não é possível, ne. O outro fala das coisas que estão no interior dele e eu falo das coisas que estão no meu interior. Mas quando estou sem esta autoconsciência, eu me faço de vítima. Um exemplo disso: Eu quis fazer uma caminhada de manhã antes da reunião da equipe. Acordei um pouco mais cedo e quando finalmente estava pronta para sair da casa vi que faltava só meia hora até o horário combinado. Neste momento percebi algo interessante: Eu pensei “O Ono não me dá o tempo para passear”. Não foi um pensamento nítido, com muita emoção do tipo “Que saco….”, quase passou despercebido, mas com o clima do curso eu olhei mais um pouco e me vi assim, seriamente pensando que eu sou uma vítima, neste caso do Ono que tinha falado “Vamos reunir às 8:15, tudo bem?”
Eu estava reagindo ao quê…Provavelmente às coisas dentro de mim de “tem que cumprir o combinado”, “eu falei que ia estar as 8:15, então eu tenho que estar”, pessoas confiáveis são pessoas boas, etc….Eu mesma não me dei o tempo para passear, eu sou vítima de mim mesma…Simples assim.
Eu estou ansiosa para ouvir as pessoas do curso para auscultar a pessoa nos próximos dias. Estudar o ser humano, estou começando a realmente gostar disso, gostar das pessoas, gostar de mim. Somos todos seres muito bonitos, as vezes essa beleza está coberta um pouco com a poeira das ilusões. São só ilusões, nada muito sério…(mas que faz a gente sofrer, faz…)