Temos uma filosofia de vida?

Partindo de alguns pensamentos sobre…

“Filosofia de vida é a expressão que serve para descrever um conjunto de ideias ou atitudes que fazem parte da vida de um indivíduo ou grupo.
A filosofia de vida também pode ser definida por uma conduta que rege a forma de viver de uma pessoa ou grupo. Muitas vezes essas normas são marcadas por uma religião, como por exemplo: filosofia de vida budista, filosofia de vida cristã, etc.”

“Ideologia de vida possui diferentes significados, sendo que no senso comum é tido como algo ideal, que contém um conjunto de ideias, pensamentos, doutrinas ou visões de mundo de um indivíduo ou de determinado grupo, orientado para suas ações sociais e políticas.”
E quem não lembra a frase da música Ideologia, do Cazuza, “Ideologia, Eu quero uma pra viver”.

Num dos nossos encontros online após um Seminário As One, falei que nós da Rede As One não temos nenhuma filosofia. O que eu quis dizer com isso?

Achei muito bom que não falamos mais em nossos encontros e cursos que nosso objetivo é a felicidade de todos. Não significa que esse não seja o objetivo de algumas pessoas da Rede As One. Mas como podemos partir do Zero se já temos uma ideia dessas? Até porque poucos de nós já teve a oportunidade de examinar com calma e profundamente, o que seja a felicidade. Como podemos visar algo que nem sabemos o que seja de fato? Então, quanto mais do Zero partirmos, melhor para a pesquisa.

E então, qual a nossa filosofia de vida? Eu não conheço nenhuma oficial. Mas é claro que aos poucos vamos organizando os nossos pensamentos e cada pessoa ou grupo que pratica o Scienz vai criando um modo de pensar próprio, desapegado e livre.

Pra mim, esse é o grande diferencial do Scienz, para uma pesquisa sincera. Não partimos de nenhuma ideia inicial. Pelo contrário, o convite feito a cada um numa roda de conversa é para nos posicionarmos no Zero, o máximo que conseguirmos.

Em minhas buscas para chegar a esse lugar de silencio interior, da observação silenciosa, do Zero, experimentei estudar e aplicar o Ho’oponopono e a meditação, além do Scienz. Cada um no seu momento. Até porque não tenho colegas para uma roda de conversa por aqui. O que pude notar é que todas as três práticas tem o mesmo objetivo: limpar nossos pensamentos. Não só os confusos, mas também todos com os quais estejamos apegados por alguma razão. Me parece que conseguimos acessar um lugar de silêncio interior depois disso, de inspiração. Acessar mais facilmente o nosso coração original.

Acho que não criaremos nenhuma filosofia de vida a partir do Scienz. Apenas viveremos em comunidade, originalmente como seres humanos. Sem as ficções que nos atrapalham. Estou pensando assim, nesse momento.

A Meditação

Participei de um retiro de meditação nesse fim de semana passado, que originou essa vontade escrever aqui. Mas o curso de Meditação Vipassana que fiz há três anos ajudou a chegar até esse ponto. Não praticava “meditação” com regularidade, mas comecei a sentir a necessidade de voltar a essa prática e daí parti para esse retiro de dois dias.

Quando fiz o Vipassana, após dez dias de silêncio, quando tivemos a oportunidade de conversar de novo, eu e alguns participantes começamos uma conversa na rua, num gramado à luz do sol. Quando me dei conta tinham mais pessoas ao redor ouvindo a conversa do que na roda. Pude observar a necessidade que as pessoas estavam sentindo de sentar e conversar para organizar seus pensamentos. Sem nenhuma interferência externa, sem ninguém pensando por nós. Queríamos apenas um momento para falar e escutar… cada um expondo seus pensamentos e dúvidas. A experiência da meditação foi muito especial, mas saí de lá com mais vontade de fazer Scienz em roda de conversa. O ideal, pensei, seria juntar os dois. Ou seria um só?

Resumidamente, saí desse retiro com a impressão de que todos os métodos de meditação… seja o Vipassana, Mindfulness, Transcendental, Dos Três Lugares (que conheci nesse retiro), nos levam ao mesmo lugar, ao espaço de silêncio dentro de nós. Seria a verdadeira meditação? Do outro lado do método se abre um espaço de silêncio para a testemunha que mora dentro de nós, o observador.

Quando me reuni, há muitos anos atrás com os amigos da Vila antes da virada para a As One, para um Kensan (Scienz) sobre o Tokkou (hoje Seminário As One), falei algo sobre o que seria pra mim o Kensan… “a verdadeira meditação”. De um certo modo, diferente dos outros métodos, o Scienz que praticamos sozinhos ou em roda de conversa, também nos leva ao mesmo espaço, o da observação silenciosa. “Silenciosa” aqui é usada como um reforço, talvez desnecessário, para frisar, “sem pensamentos fixos” ou repetitivos.

Com o tempo, desfazemos todos ou quase todos os nós internos e começamos a estar mais presentes, a curtir a vida como ela é. A meditação/scienz feita sem apego ao método, deixa vazar para o cotidiano os seus benefícios. Ficamos mais presentes e mais silenciosos internamente.

(editei o texto, organizei meus pensamentos meditando)

Encontro Vila Mundo – Como é o ser humano que quero ser?

No dia a dia tomo decisões ruins que vão me prejudicar. Daí surge a vontade de ser um ser humano que não faça erros, até tomo ações para isso. Mas pesquisando de verdade em mim, percebo que não é sobre virar um Fuji melhor que não faz erros . É sobre andar junto de mim mesmo, de mãos dadas.

Oras, se estou vivendo com barreiras e isso me incomoda, eu inevitavelmente busco não tê-las mais, mesmo que seja um grãozinho por vez. Se estou incomodado com meus estudos, vou melhorando aos pouquinhos.

Sendo assim, sendo quem sou, um dia chegarei onde quero chegar, é só não me esquecer de quem sou e quais são minhas vontades genuínas ao longo dos dias. Não tem características de Fuji que precisa mudar para melhorar minha vida, sendo quem sou ela melhorará. Já sou o ser humano que quero ser!

aqui é lugar de uso comum !

“se quiser fazer do seu jeito
vai fazer na sua casa !”

susto ! medo !
o que eu fiz? ( de errado?)
a reação é automática (sem controle)
a retro reação também (sem freio)

ao expor na roda
sem rodeios, sem embelezar. . .
consigo observar com objetividade
o que será que aconteceu? (dentro de mim)
qual é o verdadeiro desejo meu?

o que será que aconteceu? (dentro da outra pessoa)
qual é o verdadeiro desejo desta pessoa?

o retorno ao original
sozinho é impossível (não há pessoas especiais)
me faço, me refaço na relação mútua

não há vítima
não há culpado