infinitos e onça! – conhecer e olhar a si

damos sentido à tudo, aos objetos, aos seres, aos acontecimentos …
e esses sentidos vão se misturando com o que existe (como coisa real) e com o que é minha percepção.

mas o que é percepção?
talvez percepção seja essa interação constante do infinito que existe dentro de mim e o infinito que existe fora de mim. e esse “mim” seria o ponto de encontro entre esses 2 infinitos. esse “mim” seria o pensamento. e esses infinitos o fato.

∞ ……..………………………. ∞
fora – pensamento – dentro


eu vivo achando que o real é o que percebo. o estranho é sempre o outro, o amigo que tem esse ou aquele comportamento. sempre acho que o que ouvi é o que o outro disse mesmo. e que o que vejo é o que todos estão vendo. misturar esses dois infinitos é algo que acontece. e autoconsciência talvez seja saber observar esse processo dinâmico, o que é minha percepção e o que existe fora. e saber organizar isso dentro de mim. organizar sem fixar. sem criar amarras.

como posso descrever o sabor do feijão? se para cada um ele é um, embora tenha algo que permaneça como sendo gosto de feijão pra todos? talvez só se possa narrar por metáforas? ou a única possibilidade seja em termos negativos? isso aqui não é feijão! nem isso. nem isso… um sabor é a mistura de tantas experiências que descrevê-lo é quase impossível, onde ele está afinal, no grão do feijão ou na língua de quem o come?

o que existe lá fora! ou o que existe aqui dentro! a ciência, ou as experiências místicas. ou isso, ou aquilo. como é importante pesquisar pra saber que não é uma coisa ou outra que é a mais real. como é importante separar o que existe do que é pensamento.

acho que o momento de pesquisa é o momento pra vasculhar como certas coisas acontecem, aprofundar o que é percepção, o que é ouvir, o que é ver, e assim poder pegar os sentido que damos às coisas e olhar com delicadeza pra misturas que fazemos entre o que existe e o que percebo. e poder olhar para reações como algo que simplesmente acontece. há algo dentro que tem a necessidade de dar sentido à tudo, mas que não precisa se confundir com as coisas. o que existe, existe! o que percebo, percebo! o que penso, penso!

como rejo ao que existe e ao que percebo?
saber disso é ter ciência de si. olhar pra memórias, percepções, pensamentos… é saber olhar a si. é entender um pouco sobre o que é pensamento do ser humano. e pra isso precisa de tempo e de ambiente propício.
é preciso pesquisa.
é preciso calma.
é preciso.
é!


no começo de ano eu estava voltando de bike do sítio do meus avôs, e no meio do caminho qdo passei pela mata eu dei de cara com uma onça pintada. uma onça preta. linda! o encontro meio que marcou minha vida, e deve ter durado, sei lá, uns 30 segundos só. esse acontecimento me ajuda a pensar sobre essas duas 2 perguntas: o que é, como é o eu real? o que é, como é o pensamento humano?

ONÇA: o que a onça vê é o meu eu real. algo vivo, que se move. um corpo. matéria. sei lá…

ALÉXIA: eu vejo a onça, eu crio o conceito de onça, eu penso sobre a onça. eu penso sobre mim, que poderia ter morrido no 1° ataque da onça. eu penso sobre a beleza desse encontro. eu penso o quanto é raro cruzar assim com uma onça. eu me sinto privilegiada por esse encontro raro. eu penso que se eu morrer vai ser uma morte bonita, porque a onça era linda. a onça vai embora, eu faço suposições sobre o que a onça poderia ter achado desse acontecimento. e lembro da onça, eu conto a história da onça. eu relembro, eu reconto.

tudo que pensei sobre a onça e que guardo na memória e que relato aqui é pensamento humano. pensamento oriundo de algo real, que captei pela minha percepção, que organizei na minha cognição, que agora expresso aqui em palavras e nesse desenho tosco. o que é real já se perdeu aqui dentro de mim. mas me arrisco a me por no lugar da onça, que não deve ter criado nenhum conceito sobre humano, muito menos de Aléxia, que não deve ter reagido com pensamentos e espanto quando me viu, que não deve ter memórias de mim. me arrisco nesse lugar pra poder fabular sobre o olhar da onça naquele instante e pra poder dizer que o meu “eu real” é o que os olhos da onça captaram naquele encontro de 30s.
é claro que isso é fantasia minha, mas me ajudou a pensar na concretude do real que sou, e que nunca me darei conta. tadinha da onça, nem considero nessa brincadeira que ela também é um ser complexo que tem camadas que nunca saberei. mas, enfim… é um exemplo que veio e que me ajudou a separar e pensar sobre as coisas.

bom, eu reagi à que quando encontrei com a onça?
eu praticamente reagi aos meus pensamentos: pensamento de belo. pensamento de morte. pensamento de onça. reagi a minha emoção, ao medo. eu fiquei paralisada por uns 2 minutos, mesmo a onça tendo ido embora.

eu factualizei esse encontro, eu o tomei como real. porque ele foi real naquele instante. muito real inclusive. e dou esse valor de realidade pra esse acontecimento porque talvez o senso de importância das ficções é muito maior dentro dentro de mim do que o fato.
talvez porque eu boto muita fé nos meus pensamentos, sei lá.

mas o que aconteceu de verdade foi só que no meio de uma estrada uma ser humano ficou muito próximo de um outro ser vivo, que essa ser humano chama de onça. bom, na verdade na verdade esse é só mais um jeito de narrar o real. mas o interessante é que essa situação me esclarece sobre o que é autoconsciência. saber que isso tudo é pensamento humano, que isso gera coisas dentro do corpo, gera emoções, gera pensamentos, mas que isso não é o fato. que autoconsciência é o processo de olhar pra saber vasculhar essas coisas que chegam à consciência.

e vasculhando essas coisas que chegam à consciência talvez seja possível entender um pouco sobre dentro da gente, como a gente foi formado e tals. sobrevoar como um pássaro por cima de si mesmo, se vendo de longe, pra compreender um pouco como está captando o real.

tem muita coisa acontecendo no universo. e é só uma casquinha que capto disso tudo. e essa casquinha já é tão infinda… que quanto mais é observada parece que mais detalhes aparecerem. isso me fez pensar pra onde vai tudo que não é percebido? me deparo com uma grandeza imensa da vida. acho belo! e essa casquinha que é percebida é igualmente imensa. acho potente tudo isso. me emociona um pouco até. sei que tem algo aqui dentro de mim que quer achar beleza nos encontros e nas coisas e que se sente muito bem com um grupo de pessoas dispostas a pensar sobre a inteligência humana, sobre ouvir o outro, sobre estar juntos.

isso é legal.

Olhar a si – ideias do curso

Estou escrevendo este relato na tarde do dia depois de voltar do curso. Quero tentar resumir uma coisa mais teórica do que ficou, num outro texto vou tentar lembrar e contar das experiências no salão.

Olhar a si parte de uma compreensão separando a pessoa como que em três partes: as palavras e ações dela no mundo; as emoções, sentimentos, pensamentos, sensações, desejos (que podem ser meio bagunçados e várias vezes difíceis observar, mas que ainda seriam perceptíveis) e uma parte que chamamos de “caixa preta”, onde os estímulos que recebemos do mundo exterior (luz, ondas sonoras, etc) são captados ao chegar, de formas que não conseguimos discernir claramente.

Essa captação acontece de certa maneira, ganhando significado e cor com que aparecem na nossa consciência. Ao ouvir uma coisa que a outra pessoa fala, penso que ela é misteriosa. A questão é que além de esse pensamento “misteriosa” não ser a realidade, não ser a pessoa mesmo, ele é pensado com base no que é captado, e que já chega formatado de uma certa forma. Quando ouço a pessoa falando uma coisa, estou ouvindo de uma certa forma. Recebo as palavras como uma tentativa de parecer inteligente, como uma desculpa, como uma cobrança velada… E aí as minhas reações acontecem como se fosse a outra pessoa que está fazendo essas coisas. Não é só que meus pensamentos não são a pessoa, os pensamentos surgem em relação a coisas que não são as ações e palavras da pessoa.

Mas não é a outra pessoa que falou, não de verdade. É a minha captação dela, um personagem no teatro da minha consciência. Falar assim ajuda a lembrar que a outra pessoa existe fora de mim, que eu recebo apenas as suas palavras e ações e capto elas de certa forma que fazem eu sentir/pensar diferentes coisas. Eu não reajo ao que a pessoa falou, reajo ao que eu capto do que ela falou. Olhar a si é lembrar da existência dessa caixa preta e do fato que as pessoas e as coisas existem fora de nós, só chegando indiretamente até a nossa consciência.

Mesmo pensar, por exemplo, que eu reagi com raiva porque achei que a pessoa estava me dando uma desculpa esfarrapada, ainda estou falando com palavras de uma coisa que acontece antes das palavras.

Isso de estar antes das palavras me pegou bastante. Sempre que aparecem palavras para dizer como é uma coisa, como é o si, o que aconteceu em uma situação, é uma faca de dois gumes. Por um lado joga luz em uma coisa e pode relaxar um enrosco, mas se acontece de factualizar, de pensar “eu quis isso porque senti assim”, se não estiver sentindo que isso é só um pensamento e não uma verdade sobre como é o si, entra em um looping de pensamentos e emoções de novo. Quando faz as coisas porque alguma coisa é assim, fica um gosto amargo na boca, independente do que fez.

Não tem um final nesse processo. As vezes imagino que teria uma grande descoberta para fazer, “o meu desejo profundo é X e eu estava escondendo isso!”, e aí vai ficar tudo bem para sempre, vou conseguir ouvir o outro porque tenho consciência plena dos meus desejos e de quem eu sou.

Alam falou durante o curso: objetivo é conhecer a si que não conhece. Como é o si que não conhece as coisas, que reage? Afinal, na realidade é assim, nós só reagimos, não temos o conhecimento da realidade. Reagimos ao que captamos, e captamos antes das palavras. Tudo que se pensa sobre isso é uma cristalização, um pensamento sobre um processo que segue acontecendo o tempo todo. No fundo, é uma pesquisa que se faz tirando o que não é essencial e vendo o que fica. Quantas vezes a gente não pensa “ah, eu sou assim”, uma imagem que pensou, e aí quer agir como se fosse assim que reagisse de verdade. Quero chegar perto do outro e penso “Eu sou uma pessoa divertida”, já que as pessoas gostam de pessoas divertidas, e aí tento agir de acordo com o que tenho na minha cabeça sobre como pessoas divertidas agem. Mas eu continuo captando as coisas e sentindo coisas de jeitos que eu não entendo, e que são infinitamente mais complexos do que qualquer ideiazinha como “ser uma pessoa divertida”.

Perceber que todos os pensamentos e reações vem de uma caixa preta, uma máquina de produzir percepções. Quando estou agindo nesse lugar de achar que eu ou o outro SOMOS assim, somos a imagem que temos de nós, tenho confiança por um lado e me sinto uma fraude por outro, é uma grande fragilidade.

Treinar a inteligência para perceber que quando sentiu que “o mundo é assim”, “eu sou assim”, isso aparece a partir de uma coisa que foi captada. Sinto que o curso teve muito de entrar em contato com esse movimento de tratar algo como uma realidade e se arriscar a soltar essa certeza, se acostumar com o estado de não ter certeza onde é mais tranquilo aceitar que “ah, eu percebi assim”.

Relato Curso “Olhar a Si”


Julho de 2021

Conhecer a si seria compreender como percebo, como reajo, como penso, falo e ajo. Compreendendo o funcionamento da humana que sou.
Olhar a si parece um foco distanciado sobre mim, um olhar de fora que me olha sem se prender às ações, justificativas, explicações, teorizações…
Olhar essa pessoa nos seus movimentos. Por um lado, tem o que pensei, as reações, as explicações que dei para isso, justificativas, mas agora o holofote está no que eu fiz.
Por exemplo, ao sair da reunião da noite, pensei em dizer boa noite pessoal. As pessoas estavam envolvidas entre elas e eu e não falei nada.
De manhã eu acordei. Olhando para mim me vejo abrindo os olhos, esticando o corpo, sentando, levantando, deslocando minhas pernas e braços sinergicamente no espaço. Tocando o chão, me movendo em direção a algum lugar onde estaciono meu corpo e então cessa esse movimento .


Fizemos exercícios de perceber nossas percepções. Exercícios de ver por exemplo um aviso escrito assim: Favor / fazer bem a limpeza amanhã / sem falta.
O que percebo no meu corpo através disso? Antes de compreender com o pensamento o recado, senti um retesamento no meu corpo, senti dando um passo imaginário para trás,
uma recuada como expressando não estar entendendo do que se trata, meu corpo em estado de desconfiança e curiosidade. Depois decodifico, reconheço os sinais, códigos, significado, etc.
Primeiramente olhei para mim. Depois saiu uma resposta em relação ao processo cognitivo e então vieram na minha consciência os pensamentos, as reações. Ah! isso não é para mim. Estou quites com minhas obrigações. Nem vem que não tem.
Exercícios de perceber o ouvir
Alam fala: O dia de amanhã fez frio. (Me olhando de fora, no exercício parece possível) Sinto que meu corpo vai para trás e minha cabeça vira para um lado.
Me parece ser um gesto de desconfiança. Algo está esquisito. Depois vem todos os pensamentos, julgamentos, lógica, conhecimento dos tempos verbais etc. Alam tá louco. isso é pegadinha. Non sense.
Experiências com o tato. Cada um por sua vez colocou sua mão dentro de uma caixa fechada, com objetos dentro dela que não se podia ver.
Só pelo tato cada pessoa percebeu e depois disse o que eram os objetos segundo a percepção da sua percepção.
Cada pessoa ouve, vê e sente com as coisas que tem dentro de si. Esses exercícios mostram isso bem claramente.
Nesse curso de “Olhar a si” a pesquisa continua sendo: será que estou tomando como fato o que captei?
Exercícios de lembrar algum evento ocorrido nas nossas vidas que nos marcou fortemente. Com os exemplos que cada pessoa trouxe,
pudemos analisar além das reações, as percepções e além das percepções como foi a forma de perceber de cada um. Não só o que captou mas como captou.
Exercício de desenhar a percepção de uma descrição falada. Com muitos detalhes. Observamos a variação de nossas diversas formas de captar. Entre ouvir e desenhar o que está acontecendo aqui dentro, da minha cabeça? Um mundo de tudo misturado. Mundos subjetivos expressados pelos desenhos.
O sinal vermelho do semáforo. O que acontece em mim quando o vermelho se apresenta na minha frente?
Sensações de retesamento do corpo, abro mais os olhos, me coloco em alerta para ação.
A tarefa era: vi, ouvi, reagi assim.
O assim, eu sinto que foi, o objetivo do “Olhar a si
Não só o que captei mas como captei. Conhecendo isso posso ressignificar conhecimentos, experiências, memórias etc. com o objetivo
de viver as relações na paz e tranquilidade. Sendo quem “sou” comigo e nas relações com os outros quem “são”.

Relato do ” Conhecer a si”

Vivi, de Virginia Damiani
Julho 2021

Foco do curso: O pensamento humano
Começo do curso: percebo que estou numa sala com mais seis pessoas. Me apresento e sou apresentada a elas. Alam e Milton, os zeladores.
Alexia, Fuji, Sheila, Yara e eu, os participantes.


Por onde começa o pensamento humano? Pela percepção.
Como percebo? Através dos órgãos dos sentidos e sua interação com o objeto, o tema, coisa, pessoa, o que for e … mais o que?

Experimentei ver uma garrafa. Garrafa? Onde está essa garrafa? encima da mesa? na minha cabeça? Eu vejo essa garrafa. Com meus olhos, com minha experiência que formei anteriormente de outras garrafas que vi, da palavra garrafa que aprendi, do conceito que formei para afirmar: uma garrafa.
Senti o calor de uma xícara contendo líquido quente. Senti nas mãos a xícara, o calor. Senti um arrepio no corpo e uma gostosa sensação nas mãos.
São percepções minhas. Todos experimentamos. Relatamos as diversas percepções.
Posso dizer que a minha percepção é a realidade? Posso afirmar que existe algo que é percebido igualmente por todos?
A coisa é assim porque assim a percebo?
O que percebo? Características das coisas ou o que caracterizei sobre essas coisas e estabeleci e formulei conceitos?
Onde estão estas características ? e os adjetivos? Atribuo às coisas, pessoas, etc. um “feio” “gostoso” “nojento”… Onde estão isso? Nas coisas, nas pessoas?
Vou tendo consciência desses processos. Vou tendo consciência de que é minha percepção cognitiva que está em jogo.


Entra o Milton na sala e dá um aviso: Além da limpeza da manhã, cortar a grama. Ao ouvir o Milton, eu Virginia, ouvi uma ordem : vocês vão ter que cortar a grama. Foi minha reação. (Depois me lembrei de um outro curso onde uma provocação similar se apresentou e dei risada) Mas dentro de mim existem muitos mandatos – faça isso, não faça assim, faça assado… Reagi a isso.


A relação entre um fato e a memória: Chega o Alam e diz: – Comi omelete no almoço. Isso é um fato? Lembrança de algo que aconteceu no passado. O fato existe independentemente da minha memória. Existem muitas histórias para se relatar uma fato. Palavras, frases, tentativas de abordar, lembrar um fato… Utilização de um repertório pessoal, formado pelas experiências familiares, culturais… Essas histórias seriam o fato?


Reações, estranhamentos, fatualizações…O que são isso? Tentativas de me sobrepor à realidade. Como assim? No estranhamento eu manifesto uma inadequação, um não reconhecimento do objeto ou pessoa que eu estranho naquelas caixinhas que tenho dentro da cabeça X, Y, Z…
O que isso me provoca? O que eu estranho de mim? O que é estranho em mim? O que é estranho?
Uma reação: Emito uma opinião e uma pessoa fala: Isso não tem nada a ver…Isso a pessoa falou ou eu que escutei?
Reajo ao modo como eu escutei mas digo que foi reação ao que a pessoa falou. E a julgo. Fico com raiva dela. E posso transformar isso num fato: Realmente ela é uma pessoa que nega os outros, Anula os outros. Ela é horrível… e dou conselhos: Não fale com ela, porque você vai desaparecer. Coisa e tal.
Fatualização seria isso? Tomar uma percepção ou fazer de uma reação um fato. Vivi algumas situações onde tive medo de ser abandonada, rejeitada. Fixei isso e então diante de alguma situação pode acontecer um link inconsciente com isso e eu reajo, dizendo para mim mesma que sou uma coitada. Afirmo como uma realidade minha “essa coitada”, vítima do mundo. Eu tenho muitas facetas no entanto trago para a consciência só a coitada. Coitadinha de mim!!! Fatualização do que vem à consciência. Dessa forma, as fatualizações que faço, certezas que tenho, vão moldando o meu comportamento, minhas atitudes e eu fico presa aí.


Outro exercício: listar coisas em que acredito.
Acredito: que que sou igual e diferente dos outros seres humanos; na pureza das crianças; que a terra é redonda; nas pessoas; que não existe verdade; acredito em tantas outras coisas…acredito que tudo o que penso é verdade e escrevo na lista que não acredito na verdade. Me cerco de cercas. Me prendo na ciência, nos desejos, na religião, na minha teimosia e isso me apoia, e me impede de ver a realidade. Essa auto confiança, todo esse conjunto de crenças e mandatos limitam a expansão da minha consciência e parecem ser uma força maior que a realidade.
Agora, diante de situações novas, posso me perguntar: Como é isso tudo aqui dentro? O que captei? Como captei? Acredito mesmo? Auto consciência seria me conscientizar a cada momento do que se passa aqui dentro distinguindo do que se passa aqui fora. O que é que existe de fato e o que é que eu crio.

Daqui em diante sinto um desejo de pesquisar, continuar pesquisando junto com as outras pessoas, vendo, ouvindo, partilhando as pesquisas com os meus parceiros dessa existência terrena.
Agradeço meus parceiros dessa jornada do “Conhecer a si” E …vamo que vamo galera! prás próximas! ” Olhar a si” “Conhecer a vida humana” ” Conhecer a sociedade” “Naikan” a VIDA